O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, o Unaids divulgou comunicado condenando a esterotipação da "varíola dos macacos" como uma doença de gays.
Para a organização, informações e comentários sobre o vírus contribuem para reforçar estigma homofóbico e racista contra gays e africanos.
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"Uma parte significativa dos casos foi identificada entre homossexuais, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens, com alguns casos identificados por meio de clínicas de saúde sexual", lembra o texto, divulgado no domingo 22.
"A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que as evidências disponíveis sugerem que quem está em maior risco são aqueles que tiveram contato físico próximo com alguém com varíola, e esse risco não se limita aos homens que fazem sexo com homens", aponta.
A doença é conhecida há décadas e estava restrita à África. A infecção se dá por meio do contato com roedores e causa febre, calafrios e lesões no rosto e corpo que podem persistir por até quatro semanas e levar à morte em 10% dos casos.
No entanto, nas últimas semanas foram identificados cerca de 100 casos na Europa, Estados Unidos, Canadá e Austrália. O contágio, nestes casos, se deu de pessoa para pessoa e sobretudo dentre homens gays e bissexuais.
Uma sauna, em Madri, onde vários homens teriam tido contato com o vírus, foi fechada.
A vacina contra a varíola seria eficaz em até 85% dos casos dessa "varíola dos macacos" ou "monkeypox", como tem sido chamada a doença. No entanto, desde que a varíola foi erradicada, em 1980, a vacina deixou de ser obrigatória e, portanto, de ser aplicada em massa na população.