Revista da Tam ignora Praia Mole como point gay

Publicado em 15/01/2014

Imagine descrever o Vaticano e omitir que o país é sede da Igreja Católica. Ou ainda tentar falar de São Paulo sem tocar no fato de a cidade ter uma das noites mais movimentadas do mundo. Foi mais ou menos isso que a revista "Tam nas nuvens", da empresa Tam Linhas Aéreas, fez com a Praia Mole e o público homossexual. 

Em reportagem intitulada "Qual é sua praia?", publicada na edição de dezembro de 2013 da revista de bordo, fala-se de Floripa. O que se vê é um rol de tribos e galeras que frequentam praias da cidade. "Ricos e famosos" em Jurerê Internacional, "surfistas" na Mole, e fala-se também da Galheta. Gays? Para a publicação, um dos points no litoral brasileiro mais conhecidos pela frequência arco-íris não existe como tal. 

O mesmo ocorreu com o Posto 9, no Rio de Janeiro, adorado por turistas gays do Brasil e do mundo há décadas. A diversidade nos postos de Ipanema na reportagem se limita a "surfistas, [...] galera do futebol, do frescobol, da embaixadinha, do jiu-jitsu, do volêi de praia..." A lista continua. Os gays, ignorados sem cerimônia.

Em resposta ao Guia Gay Floripa sobre a dupla omissão, o redator-chefe da publicação, Gustavo Poloni, defendeu a reportagem alegando que a própria equipe que faz a revista é diversa, com libaneses, homossexuais, negro e japonês. E mais: "Quando falamos que a praia é frequentada por surfistas, galera do futebol e do jiu-jitsu estamos falando também do público LGBT. Ou é possível achar que dentre esses grupos, inclusive os de atores globais, não haja nenhum gay?"

Mesmo com a tentativa de explicação, Poloni pede desculpas se a omissão representou algum tipo de ofensa e afirma que a revista ficará atenta para que caso similar não se repita. 

A luta pela visibilidade e pelo reconhecimento do turismo gay vence mais uma batalha! 


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