Livro gratuito faz análise de notícias sobre crimes homofóbicos

Iniciativa contou com diversos especialistas e inclui 600 veículos noticiosos

Publicado em 07/12/2014
Estudo conclui que evidenciar a homofobia é fundamental para superá-la

A homofobia é cada vez mais retratada nos veículos de comunicação, o que tem contribuído para a visibilidade do tema e o seu agendamento social e político. Para analisar o que há de positivo e negativo nesse processo, 11 especialistas de áreas tais como Direito, Jornalismo e Ciências Sociais realizaram profundo estudo sobre o tema. 

O resultado do esforço está no livro "Notícias de Homofobia no Brasil", organizado por Debora Diniz e Rosana Medeiros de Oliveira. Foram analisadas notícias de mais de 600 jornais, sites, blogs e revistas de 1º de janeiro a 30 de junho de 2013. O livro foi financiado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. 

O obra mostra-se importante não só pelo tema e objetos de estudo, mas pelos diversos pontos de análise oferecidos. Há estudo sobre as imagens das reportagens sobre homofobia, a respeito daquelas que tratam de lésbicas e as que falam de travestis. 

Há também entrevista com o professor de Direito Constitucional da Universidade de Paris Daniel Borrillo, um dos principais autores sobre legislação antidiscriminação.

O especialista critica o governo brasileiro pela falta de comprometimento com a defesa da vida de LGBT e acredita ser fundamental que as imagens dos agredidos e mortos, por mais fortes que sejam, ganhem visibilidade "para mudar as políticas públicas e empoderar até quem não é vítima, mas pode ser", afirma. 

Uma das contribuições do estudo é a conclusão de que tratar crimes motivados por homofobia como agressões e assassinatos comuns é um forma de escamotear a discriminação contra LGBT que ainda existe no Brasil. Tratar tais crimes como homofóbicos, por outro lado, é evidenciar o quanto o tema é importante e deve ser enfrentado pela sociedade e pelo poder público. 

Para ter seu livro gratuitamente, escreva à ONG Anis, responsável pelo estudo. 


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