Shopping tem código para identificar gays e alertar seguranças

Depois de caso ter se tornado público, estabelecimento afirmou que medida é para defender homossexuais

Publicado em 15/09/2024
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Código para homossexual está em lista com atentado público ao pudor e furto

Seguranças do Shopping Tacaruna, no Recife, têm, dentre seus objetivos, ficar atentos a frequentadores homossexuais e informar a outros agentes quando identificarem um no local.

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Para tal, foi elaborado até sistema de informação: há o código "30 - Homossexual" no avesso dos crachás dos funcionários, onde figura lista de problemas tais como roubo. 

A lista chamada "Códigos de ocorrência" inclui "01 - Furto simples", "07 - Elemento embriagado, pedinte vend. ambulante" e "08 - Atentado público ao pudor".

O caso foi relatado ao site Marco Zero por frequentador do shopping que teve acesso ao objeto.

"Na hora que vi o crachá, me passaram várias coisas na cabeça e tantos eventos e situações fizeram sentido", disse. 

"A discriminação corriqueira que já havia notado tantas vezes naquele ambiente, comigo e com outros, não se tratava da conduta de algum colaborador específico, mas do próprio protocolo administrativo do shopping. Eles literalmente institucionalizaram a descriminalização em razão da sexualidade."

Código homossexual: Shopping Tacaruna no Recife foi homofóbico?

O homem, que não quis ser identificado, lembrou-se de que algumas vezes andando com amigos no centro de compras havia notado seguranças fazendo rondas e falando a walkie-talkies.

Ele registrou denúncia à Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular da Assembleia Legislativa de Pernambuco e à Comissão da Diversidade Sexual e de Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE).

À publicação, a assessoria de comunicação do shopping confirmou a existência do crachá e disse que os códigos são usados em casos de emergência e para "resguardar o direito e segurança de todos sem nenhuma orientação discriminatória".

"No caso em questão, reconhecemos o erro e nos desculpamos pelo uso inadequado do termo. Mas o único objetivo era garantir o direito amplo a todas as pessoas. Pedimos desculpas por qualquer interpretação fora desse contexto. Asseguramos que estamos revisando todos os termos adotados."

A comissão da OAB-PE encaminhou a denúncia ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que pode abrir investigação sobre o caso.

 

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