'Bilionário gay do Tinder': servidor público denuncia golpe

Rafael Correa de Paula, de 33 anos, é acusado de ter usado dados de cartão de crédito da vítima para compras e viagens

Publicado em 25/02/2022
Golpista gay do Tinder: Rafael Correa de Paula é suspeito de estelionato
Rafael teria afirmado ser herdeiro de fazendeiros de Frutal (MG) e ostenta grifes famosas

A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga caso que envolve um homem que teria dado golpe em cartões de crédito de um servidor público.

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Ao Metróples, o servidor de 38 anos, que pediu para não ser identificado, contou que conheceu o empresário Rafael Correa de Paula, de 33 anos, por um aplicativo de encontros.

Rafael teria afirmado ser herdeiro de fazendeiros de Frutal (MG), ostenta grifes famosas, dava presentes caros e falava sobre inúmeras viagens internacionais.

O próprio empresário se apresentava como "bilionário" em rodas de amigos.

"Nosso primeiro encontro foi no hotel Fasano, aqui no Rio", contou a vítima. "Impressionou, porque ele se mostrou muito viajado, falava sempre em rede de hotéis caríssimas, roteiros exclusivos, roupas caras. Também dizia que era amigo de celebridades."

"Depois, veio o primeiro convite para uma viagem. Embarcamos, de primeira classe, para África e Dubai. Logo após, seguimos para Nova York e México, em um total de 22 dias de viagem, em hotéis cinco estrelas e frequentando restaurantes conceituados."

O servidor relata: "Tivemos algumas crises, mas ele sempre surpreendia com presentes caros. Malas avaliadas em R$ 8 mil, vaso de cristal da Versace, entre outros. Depois de alguns meses, percebi que, apesar de todo o luxo, nossa convivência não era boa e eu não estava mais disposto a seguir com o namoro. Foi aí que minha vida mudou completamente."

Quando o relacionamento de quatro meses terminou, o servidor passou a receber e-mails com ameaças e teve cartões bloqueados.

Dentre hospedagens e passagens aéreas foram gastos cerca de R$ 83 mil em seus cartões, quantia que foi estornada.

"Na verdade, muitas cobranças já vinham sendo lançadas. Eu não reconhecia os gastos, mas não suspeitava que poderia ser algo do Rafael. Algumas compras eram relacionadas a hotéis, passagens e restaurantes."

Assim que o servidor reativou sua conta, uma nova compra apareceu.

"Em duas horas, tive um total de R$ 7.622,67 em compras não reconhecidas no meu cartão de crédito", destacou.

O homem explica o porquê do "bilionário" ter posse de seus dados.

"Rafael alegava que precisava dos dados dos meus cartões para pagar as taxas de embarque ou pequenos custos referentes aos voos, mas tudo isso servia de pretexto para que ele tivesse acesso aos meus dados pessoais. Também vi outras pessoas famosas fazendo a mesma coisa, dando todos os dados do cartão de crédito para que ele fizesse compra de passagens e hospedagem."

Quando o servidor fez boletim de ocorrência, na 14ª Delegacia de Polícia do Leblon, zona sul do Rio de Janeiro, ele descobriu que Rafael já respondia na Justiça por estelionatos e agressões e era cobrado por bancos e pela Receita Federal. "Eu me assustei quando li o teor dos processos", contou.

Rafael não foi encontrado pela reportagem.


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