É comum, na véspera do fim de um ano, alguns desejarem que o período acabe logo para que o novo venha. Se for levar em conta o ativismo LGBT em Floripa, esse sentimento é injusto! Dois mil e quinze foi marcante no trabalho pela cidadania arco-íris, nada de esquecido! Houve um reavivamento sólido e inspirador na caminhada para mais inclusão e igualdade.
Veja cinco fatos que só nos podem fazer aspirar: "Que 2016 seja tão histórico quanto 2015!"
1 - Volta da Parada da Diversidade e a luta pela sua abertura
O cinza de 2014, quando Floripa não teve marcha LGBT, recebeu demão arco-íris. Realizou-se a 9ª Parada da Diversidade Floripa, com chuva e encerrada por show de Wanessa. Tirou-se a cidade da posição vergonhosa de ser, possivelmente, a única capital brasileira sem a caminhada, tão importante para a visibilidade política do segmento, para o fortalecimento da comunidade e para o turismo.
Entretanto, a postura do organizador, Tiago Silva, de não abrir o evento para o movimento social, encontrou a devida resistência. O Fórum Diversidade Grande Florianópolis protestou com nota oficial, fez ato com mordaça e denunciou a situação à Prefeitura, que saiu do episódio já não tão certa de que pagará o preço desse desgaste político no próximo ano.
2 - Fundação do Fórum Diversidade Grande Florianópolis
Um grande luta se enfrenta em união. Um importante passo dado em 2015 foi a fundação do Fórum Diversidade Grande Florianópolis, O grupo reúne entidades tais como Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), Comissão da Diversidade da Ordem dos Advogados de Santa Catarina, Acontece - Arte e Política LGBT e Grupo de Apoio à Prevenção da Aids (Gapa-SC).
E o primeiro ano já foi modelar. Além de protestar contra o fechamento da parada às entidades sociais, o fórum organizou o Mês da Diversidade 2015, com 21 eventos, dentre filmes, debates e ações em escolas públicas. O lema do evento foi recado direto: "Nada sobre nós sem nós".
3 - Realização da II Conferência Municipal LGBT de Floripa
Que a Conferência Nacional LGBT é de uma inutilidade suntuosa para o avanço da cidadania arco-íris, sobre isso não cabe muitas dúvidas. Entretanto, nas suas versões municipais, regionais e estaduais, esse encontro feito entre o Poder Público e a sociedade civil consegue até que certa relevância.
Enfim, foi realizada a II Conferência Municipal LGBT de Florípa, em outubro. Mesas, debates e compromissos realizados em forma de pactuação. Mas o que importa mesmo é o controle social do que aí saiu. Que o façamos!
4 - Compromisso do prefeito com criação do Conselho Municipal LGBT
Próximo ao fim do ano, o prefeito Cesar Souza Júnior (PSD) mandou projeto de lei para a Câmara dos Vereadores que cria o Conselho Municipal LGBT. Trata-se de uma das maiores reivindicações do movimento social arco-íris de Floripa.
O passo foi signiticativo tanto pela apresentação quanto pelo fato de o texto enviado ao Poder Legislativo ter sido exatamente o proposto pelas entidades LGBT. Que 2016 não se finde sem este conselho - fundamental para propor e fiscalizar políticas públicas. O foco do trabalho para tal são os vereadores.
5 - Trabalho da Adeh
Apoio social às pessoas trans, formação de servidores de saúde para atuar no processo de transgenitalização, posição firme no debate com o poder público pela cidadania LGBT, criação de rede para a geração de renda para travestis e transexuais e atuação em soma com intuito de criar uma casa de assistência.
Esse breve resumo é feito de ações da Associação de Direitos Humanos com Enfoque na Sexualidade (Adeh), sob presidência de Lirous Fonseca Ávila, o principal nome no ativismo LGBT da cidade e incansável por tudo o que fez em 2015 e projeta trilhar no próximo ano. A Adeh mostrou por que é um dos grandes orgulhos arco-íris da capital catarinense.
