Lisboa ganhará, em 2022, espaço que resgatará história LGBT dos nove países que falam a língua portuguesa.
O Museu Lusófono da Diversidade Sexual mostrará conquistas da comunidade LGBT de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
A iniciativa partiu de dois brasileiros e um português: Franco Reinaudo, diretor do Museu da Diversidade Sexual em São Paulo; Stevan Lekistch, paulista proprietário de um museu em Portugal; e António Serzedelo, um dos principais ativistas LGBT lusitanos.
Assim como aconteceu na capital paulista, Reinaudo explica que um dos primeiros e principais passos para a criação de um museu é o seu arquivo documental.
"Quando fizemos o Museu da Diversidade de São Paulo, recolhemos acervos de várias pessoas, já falecidas ou vivas, e começamos a catalogar e digitalizar tudo o que aparecia na nossa mão. Esse é um ponto fundamental”, afirma
E o mesmo processo deve começar a ser feito em Portugal. Os ativistas pretendem começar a contatar pessoas que fizeram e ainda fazem parte da história LGBT do país para irem recolhendo, catalogando e digitalizando acervo, para já ter um ponto de partida.
A instituição será rica em informações, gráficos e interatividade. Lekitsch, que já aplicou esse conceito em seu próprio museu, sugeriu explorar os cinco sentidos em cada sala do museu.
"Quanto mais forte a experiência e as sensações, melhor e em maior quantidade é gravada a informação no cérebro", explica.
A ideia é criar um centro de documentação para iniciar a angariação de documentos, publicações, periódicos, fotos e todo o tipo de documentação da comunidade LGBT dos nove países. Uma campanha para doação de itens pretende ser iniciada.
O primeiro passo é criar uma exposição menor, para dar um pontapé inicial no museu, com apoio e parte do conteúdo do Museu da Diversidade Sexual de São Paulo, em local de Lisboa ainda a se definir.
"Os museus assumem hoje um papel importante na interpretação da cultura e na educação do homem, no fortalecimento da cidadania e do respeito da diversidade cultural, e por consequência no incremento da qualidade de vida dos cidadãos", afirma Serzedelo.