Enquanto o ativismo coloca o Brasil como o país que mais mata trans e LGBT no mundo, o colunista do jornal O Globo Eduardo Affonso usa outro aposto: Campeão de Mentiras.
Em artigo com esse título no períodico da segunda 8, o cronista colocou em dúvida os números de mortes de LGBT apresentados por entidades arco-íris ao mesmo tempo que criticou a imprensa por acreditar nas falas das entidades sem verificar os dados.
"A grande imprensa acolheu, sem questionar e sem verificação independente, os números divulgados pelo Grupo Gay da Bahia (GGB) e pela Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil). Estava criado o mito de sermos campeões mundiais de homofobia e transfobia."
Como um dos embasamentos para sua reprovação, Eduardo citou levantamento que passou pente fino em uma das listas de assassinatos.
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"Um estudo conduzido pelo biólogo e geneticista Eli Vieira concluiu que 88% dos casos listados pelo GGB eram falsos ou controversos. Para tornar tudo um pouco mais nebuloso, o acesso a esse material se tornou restrito."
A análise feita por Eli, que é homossexual, está disponível na internet.
O colaborador do jornal também apontou contradições encontradas dentro dos próprios relatórios feitos pelo ativismo.
"A Antra admite que “na maioria dos países, os dados sobre a violência contra pessoas trans não são produzidos sistematicamente”. Ainda assim, coloca o Brasil no topo desse pódio macabro."
O cronista afirmou que as mortes de pessoas do segmento merecem atenção da sociedade, mas que tal luta não pode usar inverdades.
"Os números da violência contra os LGBTQI+ no Brasil são altos o suficiente para provocar indignação e ensejar medidas urgentes de proteção. Mas não é preciso inventar um ranking. Ou alguém acha mesmo que no Brasil, só em 2020, houve quase nove vezes mais mortes por transfobia que em toda a Ásia, e dez vezes mais que no continente africano inteiro, nos últimos 12 anos?"