Negros gays como slaves no BDSM? Anúncio gera polêmica

Um dos debates é se não ter negro slave (escravo) em propaganda é tirar dele o direito de ser submisso

Publicado em 13/11/2020
Andrew Christian: grife gay cria polêmica com harness em modelo negro
Existência do anúncio gerou críticas, mas retirada criou onda ainda maior de avaliações negativas

Anúncio de uma das maiores marcas identificadas com o público gay no mundo gerou polêmica.

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Para vender um harness, a grife Andrew Christian colocou um modelo negro com o acessório.

Na legenda do produto, em seu site, a marca escreveu: "Quando você coloca nosso novo harness Slave C-Ring você está assumindo seu papel de escravo submisso que você é. Diga a ele que você está aqui para agradar. Porque quando você está usando isso, quem poderia resistir a punir um escravo travesso?"

Um homem viu problema em associar o modelo negro ao acessório que o ligaria à escravidão e escreveu para a marca. O site gay The Advocate fez, então, uma reportagem sobre esta única denúncia. Outro site, também gay, Queerty, achou "pouco inteligente" a legenda do produto com um rapaz negro.

Após a publicação, a Andrew Christian emitiu comunicado pedindo desculpas e retirou o anúncio do ar, dizendo que iria trocá-lo.

No entanto, a suspensão da publicidade chamou ainda mais atenção para a marca que passou a ser acusada de racismo.

O harness, apesar de ter conquistado passarelas e festas gays mundo afora, é um acessório identificado primeiramente com o universo fetichista do BDSM (sigla que envolve praticantes de dominação, submissão e sadomasoquismo).

Impedir que um anúncio seja veiculado com modelo negro com roupa de "slave" (escravo) é tirar dele o direito dos negros de serem submissos, argumentam nas redes. Ou a menos de serem vistos como submissos.

No universo gay, homens negros costumam ser vistos como ativos e dominadores. A ideia inicial da grife, portanto, foi quebrar esse conceito, oferecendo outro ponto de vista.

Sites fetichistas gays, tais como o Recon, já há algum tempo também colocam modelos negros em posições de submissão, imagens que antes eram veiculadas apenas com rapazes brancos.


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