Anúncio de uma das maiores marcas identificadas com o público gay no mundo gerou polêmica.
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Para vender um harness, a grife Andrew Christian colocou um modelo negro com o acessório.
Na legenda do produto, em seu site, a marca escreveu: "Quando você coloca nosso novo harness Slave C-Ring você está assumindo seu papel de escravo submisso que você é. Diga a ele que você está aqui para agradar. Porque quando você está usando isso, quem poderia resistir a punir um escravo travesso?"
Um homem viu problema em associar o modelo negro ao acessório que o ligaria à escravidão e escreveu para a marca. O site gay The Advocate fez, então, uma reportagem sobre esta única denúncia. Outro site, também gay, Queerty, achou "pouco inteligente" a legenda do produto com um rapaz negro.
Após a publicação, a Andrew Christian emitiu comunicado pedindo desculpas e retirou o anúncio do ar, dizendo que iria trocá-lo.
No entanto, a suspensão da publicidade chamou ainda mais atenção para a marca que passou a ser acusada de racismo.
O harness, apesar de ter conquistado passarelas e festas gays mundo afora, é um acessório identificado primeiramente com o universo fetichista do BDSM (sigla que envolve praticantes de dominação, submissão e sadomasoquismo).
Impedir que um anúncio seja veiculado com modelo negro com roupa de "slave" (escravo) é tirar dele o direito dos negros de serem submissos, argumentam nas redes. Ou a menos de serem vistos como submissos.
No universo gay, homens negros costumam ser vistos como ativos e dominadores. A ideia inicial da grife, portanto, foi quebrar esse conceito, oferecendo outro ponto de vista.
Sites fetichistas gays, tais como o Recon, já há algum tempo também colocam modelos negros em posições de submissão, imagens que antes eram veiculadas apenas com rapazes brancos.