Para o governo federal brasileiro, o turismo do sono (quem viaja para dormir) e astroturismo, o feito para observar estrelas e planetas, são tendências para as viagens no futuro.
Além deles, 17 outros tipos de turismo. Nenhum deles é feito especificamente por e para LGBT, o qual não é sequer citado nas dezenas de páginas do Plano Nacional de Turismo (PNT) 2024-2027.
O documento, lançado em agosto e elaborado pelo Conselho Nacional de Turismo, composto por empresas e associações do setor, e o Ministério do Turismo, dá base para as políticas públicas nacionais por aqueles quatro anos.
A criação contou com participação da Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil.
O subtítulo do plano é "O turismo como protagonista do desenvolvimento sustentável e inclusivo". Enquanto LGBT não são nomeados de forma direta, há citações explícitas a outros segmentos vulneráveis, tais como negros, povos indígenas, pessoas com deficiência, mulheres, crianças e adolescentes.
O Guia Gay pediu fala de associação ligada ao setor sobre a ausência de LGBT no plano, mas houve preferência por não se manifestar.
A falta de apreço às viagens LGBT pelo governo e pelas associações de turismo no Brasil despreza estudos globais sobre a força do setor focado no segmento.
De acordo com o World Travel & Tourism Council, uma das mais importantes entidades de debate e promoção do turismo no globo, viagens arco-íris movimentam cerca de 1 trilhão de reais por ano no planeta.
Na quinta 26, o Ministério do Turismo recebeu entidades, empresas e parada LGBT para traçar planos para o setor. A ausência do turismo arco-íris no plano foi criticada.
Em texto sobre o encontro, o órgão afirmou haver meta no Plano Nacional de Turismo para esse tipo de viagem, o que não é verdade.
O Ministério disse que "o encontro reforçou a missão do PNT 2024-2027 de promover o Brasil como um destino inovador, seguro e inclusivo, posicionando-se como referência em eventos e experiências para viajantes LGBTQIA+"
O Plano Nacional de Turismo quer fazer o Brasil ser o país que recebe mais turistas estrangeiros da América do Sul até 2027. Números de dois anos atrás, mostram o País atrás da Colômbia (4,4 milhões) e a Argentina (3,89 milhões). O Brasil registrou 3,83 milhões.