Travestis de Balneário Camboriú, no litoral norte catarinense, eram obrigadas a pagar um "pedágio" de até R$ 200 por dia para se prostituírem na cidade.
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As denúncias chegaram em junho passado à Polícia Civil por meio do Ministério Público, de acordo com Diário Catarinense. As moças que se recusavam a pagar eram espancadas, apedrejadas ou até esfaqueadas.
Segundo o delegado Alan Pinheiro de Paula, os casos de extorsão ocorriam na Rua 200, na região central da cidade, onde há pontos de prostituição. As investigações apontaram que a líder das extorsões é uma travesti de 40 anos, vinda da Paraíba. Ela teve a prisão preventiva descretada e cumprida em 15 de janeiro por exploração de prostituição mediante violência e chantagens.
Mais denúncias estão sendo investigadas, incluindo atuação de cafetões e tráfico de drogas. Ana Paula Barreto, da Associação de Travestis e Transexuais de Balneário Camboriú, foi uma das vítimas.
"Tinha um grupo que andava atrás delas armado, de carro, com barra de ferro, eram mal tratadas em via pública", contou Ana Paula à reportagem. "Mais de 20 travestis, com medo, pagaram por anos o pedágio, dando R$ 50, R$ 100, R$ 200. Uma teve que fazer 20 pontos na mão porque teve que se defender de uma facada no rosto."
"Eu fui uma das vítimas. Teve travesti que sofreu tentativa de homicídio. Imagina ter que pagar para se prostituir na rua, em via pública, era um absurdo. Esse travesti que cobrava pedágio era da Paraíba e trabalhava em Joinville antes de vir para cá", afirmou.