Produtora MundoMais marca renascimento do pornô gay brasileiro

Ciente do poder da internet e preparada para driblar lado negativo da rede, empresa firma nome na indústria pornográfica

Publicado em 04/10/2014
"Brasileiros são famosos pela sensualidade. Queremos mostrar isso para o resto do mundo", diz produtor

 

Internet repleta de fotos e vídeos de sexo gay e homens nus. E tudo de graça! É possível observar esse cenário e imaginar que investir em pornografia nacional compensa? Ver a trajetória do site e da produtora MundoMais, no mercado há cinco anos e focada em produções próprias realizadas no Brasil, é uma bela e excitante resposta. 

"Do que está na internet, a maioria é produzida em outros países e com atores estrangeiros. O consumidor brasileiro de pornografia gay, na sua maior parte, prefere os atores nacionais, se identificam com os tipos brasileiros e são eles que fazem sucesso aqui", acredita Cleiton Cabral, responsável pela produtora e ciente dessa receita que já provou dar certo.  

O site, que cobra mensalidade, lança oito trabalhos por mês, dentre ensaios fotográficos solos e filmes. E é muita, muita brasilidade. Os morenos e negros predominam, o estilo popular é o chamariz. A forma de encontrar os atores e modelos também é atestado do sucesso. 

Cabral afirma que, devido à fama da produtora hoje em dia, dificilmente eles abordam potenciais atores. "Atualmente, eles vêm até nós. Eles podem ser indicados por outros atores, por olheiros, ou até mesmo por usuários do site. Raramente oferecemos trabalho."

Esse cenário é bem diferente do deserto que virou a produção pornô nacional há cerca de uma década. Empresas tais como PauBrasil, Brasileirinhas e Ícaro fecharam ou pararam de produzir. O algoz era do tamanho do mundo: a internet. A saída, para o renascimento, revela Cabral, foi a versatilidade (sem trocadilho). 

"Percebemos que as pessoas não estavam mais interessadas em ir à banca de jornal comprar uma revista que saía uma vez por mês com uma dúzia de fotos. Quando lançamos nossos primeiros ensaios fotográficos, eles continham quase 100 fotos, entrevista e vídeos. O valor que se pagava era inferior ao preço da mais famosa revista gay da época, falida nos dias de hoje." Eis o viagra que a pornografia gay nacional precisava. 

Em vez de lamentar os novos tempos, em que a fisicalidade de CDs, DVDs e revistas pornográficas evaporou-se, a produtora viu oportunidade e engendrou o negócio de tal forma que a internet tornou-se aliada. "Nossa produção, graças à Internet, é distribuída em locais onde jamais seria possível chegar da forma convencional. Temos clientes que não tem coragem de ir a uma banca comprar uma revista pornô ou entrar numa locadora para alugar um filme gay, mas que podem assinar o conteúdo do nosso portal com privacidade no seu computador pessoal ou celular."

Negros e morenos predominam: amém!

 

Entretanto, a facilidade não está apenas do lado de quem produz, mas também do usuário, que consegue sem dificuldade alguma disseminar ilegalmente conteúdo. A postura de Cabral, novamente, é surfar a onda em vez de tentar enfrentá-la. 

"Para nós, a pirataria tem dois efeitos diretos, um bom e outro ruim. O ruim é que muitas pessoas vão acessar o conteúdo gratuitamente e sem pagar por ele. O efeito positivo é que isso automaticamente se transforma em publicidade gratuita para o nosso portal. Grande parte da fama do MundoMais deve-se justamente ao fato de termos nosso conteúdo espalhado pela rede."

No mais, o caminho, diz Cabral, é ser mais rápido do que a pirataria. "A única forma de sobreviver é mantendo o site atualizado constantemente e também oferecer serviços que só estarão disponíveis no site, tais como melhor qualidade dos vídeos e reprodução em mídias portáteis." Aliás, a portabilidade e a alta conexão dos celulares acrescenteram novo desafio ao MundoMais, que trabalha justamente para tornar a navegação por celulares mais fácil. 

Outra característica positiva é interatividade. Os vídeos do site são repletos (mesmo) de comentários. Elogios, reclamações, pedidos de novas posições sexuais, bronca por cenas sem "pegada", oferecimentos de casa, comida e roupa lavada aos atores... A rede mundial fica até pequena para tanta empolgação! 

Deixando de lado um pouco a tecnologia e falando de corpos, as coisas tornam-se, em todos os sentidos, mais interessantes. A razão é simples: a MundoMais tem brasileiros! E isso não é pouco no mercado internacional, que já está no horizonte da empresa. 

"Levar nossas produções para fora do Brasil é uma necessidade visto que sabemos do potencial que temos e do interesse que estrangeiros demonstram pelas produções 'latinas'. Os brasileiros são famosos por sua sensualidade e queremos mostrar isso para o resto do mundo." 

E sabemos bem: quando se trata de brasileiros, o mundo querer mais beira à obviedade. 

Maioria dos atores procuram empresa ou são indicados por leitores

 


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