7 fatos que tornam a Olimpíada do Rio a mais LGBT da história

Cidadania, mudança de regras, inclusão, confraternização... Rio 2016 terá as cores arco-íris

Publicado em 01/08/2016
rio 2016 lgbt olimpic games
Marcas históricas foram batidas nesta edição e há até lei que coíbe discriminação contra LGBT

Os Jogos Rio 2016 querem marcar a história do Brasil e da capital fluminense tanto pela projeção internacional quanto pelo legado, principalmente na mobilidade urbana. Fica a torcida para que a busca por esses objetivos seja tão exitosa quanto uma na qual o evento já é um marco: a cidadania LGBT. 

Curta o Guia Gay Floripa no Facebook 

Tem recorde, legislação nacional e internacional, inclusão de ativistas, uma abertura com fato inédito... Respeito é ouro nesses jogos! Veja as razões:

1. Recorde de atletas assumidamente gays, lésbicas e bissexuais
Até o momento, estão confirmados 42 esportistas homo e bissexuais declarados na competição. O recorde anterior pertencia a Londres 2012 com 23 esportistas. Brasileiros são quatro: o saltador Ian Matos, a atleta de handebol Mayssa Pessoa, a jogadora de vôlei de praia Larissa França e a atleta de taekwondo Julia Vasconcelos. E o número pode aumentar a qualquer momento, visto que eram 27 quando divulgamos a primeira lista em julho.

2. Atletas trans podem competir sem ter feito cirurgia
Apesar de não haver ainda nenhum esportista trans confirmado, estes serão os primeiros Jogos Olímpicos a permitir que homens trans possam competir sem necessidade de cirurgia. Já as mulheres trans também podem competir sem cirurgia, mas é preciso terem se submetido a terapia hormonal por ao menos um ano.

As diretrizes anteriores, de 2004, determinavam dois anos de hormonioterapia, além da obrigação de procedimento cirúrgico. Dois médicos que participaram de reunião do Comitê Olímpico Internacional sobre a questão trans no esporte revelaram ao jornal USA Today que dois esportistas trans que disputarão os Jogos podem se assumir antes da Rio 2016.

3. Pride House
Haverá um point arco-íris durante os jogos. Na Casa Nem - Rua Morais e Vale, 18, Lapa - ficará a Pride House. No local, existirá exposição fotográfica com a história de atletas LGBT, estandes de estabelecimentos arco-íris e transmissão via TV das competições. Essa iniciativa tem histórico. Foi realizada, por exemplo, em Londres 2012 e no Pan-Americano Toronto 2015. O incentivo é da ONG Pride House International em parceria com o Comitê Desportivo LGBT Brasil.

4. Trans na cerimônia de abertura

lea t jogos rio 2016

Pela primeira vez em uma Olimpíada uma pessoa trans terá papel de destaque na cerimônia de abertura. A top model Lea T será a representante do orgulho transgênero na Rio 2016. À BBC Brasil, a modelo disse não poder revelar como será sua performance, mas adiantou que o recado será de inclusão. "Meu papel na cerimônia, num universo micro e representativo, ajudará a transmitir esta mensagem", disse.

5. A homo e transfobia punidas por lei nas áreas olímpicas
Promulgada pela presidente afastada Dilma Rousseff, em 10 de maio passado, a Lei número 13.284, que determina medidas relativas aos jogos, proíbe "entoar xingamentos ou cânticos discriminatórios, racistas ou xenófobos" e "portar cartazes, bandeiras, símbolos ou outros sinais com mensagens ofensivas, de caráter racista, xenófobo ou que estimulem outras formas de discriminação" em locais das competições e na Vila Olímpica.

6. LGBT carregam a tocha
Diversos LGBT participaram do ato simbólico de carregar a tocha olímpica nas ruas brasileiras. Alguns deles: o ativista José Antônio Cattaneo, conhecido como Capitão Gay (no Rio Grande do Sul), a professora transexual Bianka Lins (em Minas Gerais) e a ex-ginasta Lais Souza e a cartunista Laerte Coutinho (ambas em São Paulo). Essa semana a lista vai aumentar. Jordhan Less, primeiro guarda municipal trans do Rio de Janeiro, será uma das pessoas que conduzirá a tocha quando ela aportar na capital fluminense, assim como a cantora Simone e o promoter David Brazil.

7. Ações do Comitê Rio 2016 contra discriminação que afeta LGBT
O Comitê Rio 2016 assinou, ainda no ano passado, termo de compromisso com 10 itens no qual assumiu como missão educar para o respeito a LGBT. Dentre exemplos efetivos: treinamento do voluntariado para bem receber LGBT - inclusive na questão dos banheiros para pessoas trans -, não fazer peças publicitárias discriminatórias e até broche oficial que uniu a bandeira arco-íris com a logo dos jogos.  


Parceiros:Lisbon Gay Circuit Porto Gay Circuit
© Todos direitos reservados à Guiya Editora. Vedada a reprodução e/ou publicação parcial ou integral do conteúdo de qualquer área do site sem autorização.