Em participação no Mais Você, da TV Globo, na quinta-feira 24, a drag queen Sasha Zimmer colocou uma arte que também pode ser profissão como uma das definições do que é ser queer e defendeu que a letra abarca inclusive mulheres e homens cisgêneros heterossexuais.
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A apresentadora Ana Maria Braga perguntou a ela, que se definiui como "gayzona" e queer, o que era o Q no acrônimo LGBTQIA+.
"São as drag queens, as afeminadas, a arte drag também pode ser feita por mulheres, porque a arte drag não é gênero", disse Sasha. "Então pode ser um heterossexual, uma mulher, uma criança. Não tem uma definição, é uma arte, então não é limitada, qualquer pessoa pode fazer a arte drag do jeito que quiser."
Tal definição não encontra respaldo na literatura científica a respeito do tema nem em conceituação adotada pelo ativismo arco-íris.
Para a Aliança Nacional LGBTI+, por exemplo, maior entidade militante do Brasil, queer não tem nada a ver com profissão ou com maquiagem e peruca, e não inclui pessoas héteros cisgêneros, como colocou Sasha, que adotou o nome artístico nos documentos de registro.
Para a ONG, queer é "adjetivo utilizado por algumas pessoas, em especial pessoas mais jovens, cuja orientação sexual não é exclusivamente heterossexual."
E continua: "O termo queer também é utilizado por alguns para descrever sua identidade e/ ou expressão de gênero".
A fala de Sasha contrapõe inclusive a origem do termo como gíria - usado mais comumente como xingamento contra gays - e depois como teoria sociológica.
Queer é tido como algo "estranho" à norma, a qual seria, basicamente, dentro de estudos de sexualidade, a heterossexualidade.
Também não tem base conceitual a inclusão de uma arte que pode ser profissão dentre as identidades do movimento ativista. Assim, não caberia o movimento trabalhar para o direito de um homem heterossexual cisgênero se maquiar esporadicamente e fazer fotos ou performances.