Reynaldo Gianecchini tem quase duas décadas de carreira na TV e durante quase todo esse tempo foi alvo de boatos de que era gay enrustido.
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Neste domingo 29, o ator, enfim, teve coragem de dizer que já se relacionou como homens.
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Em entrevista ao O Globo, Giane repetiu o discurso de algumas personalidades quando saem do armário.
O bonitão de 46 anos falou sobre não querer ser rotulado, de "sexualidade ampla", o velho papo de que não querer "levantar bandeira" e, por fim, não se assumiu como bissexual, o que ele, por mais que não queira ser "engavetado", seria.
Giane, como é chamado por amigos e na imprensa, contou que foi pressionado por muito tempo a se assumir.
"Me cobram muito: 'quando é que você vai sair do armário?' Primeiro, quero falar para essas pessoas: antes de você achar tão interessante a sexualidade dos outros, dá uma olhadinha na sua. Talvez ela tenha mais nuances do que você pensa."
"Já tive, sim, romances com homens. Mas a sexualidade é muito mais ampla", revelou o ator, que atualmente protagoniza a novela das 9 da TV Globo, A Dona do Pedaço.
"Acho que é esse o momento de dizer isso. Mas nunca me senti obrigado a empunhar bandeira de homossexualidade. O desejo para mim não passa pelo gênero e nem pela idade", revelou.
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"Demorei para falar porque isso esbarra sempre no tamanho do preconceito no Brasil. Mas agora é importante reafirmar a liberdade, por mim e por quem enfrenta repressão."
"Eu reconheço todas as partes dentro de mim: o homem, a mulher, o gay, o hétero, o bissexual, a criança e o velho. Como dentro de todo mundo. As pessoas são levianas. Querem te encaixar numa gaveta, e eu não consigo, porque a sexualidade é o canal da vida e a minha sexualidade não cabe numa gaveta."
Sobre as especulações de que seu casamento com a jornalista Marilia Gabriela tenha sido de fachada, o ator negou. Por muitos anos, parte da comunidade gay e da imprensa presumiam que o casamento era para encobrir um romance de Giane com um dos filhos de Marília, Theodoro Cochrane.
"Eu era casado pra caramba, nunca vi um casamento tão inteiro, a gente vivia realmente uma história a dois de verdade. E já falavam coisas", disse.
Sobre seu atual momento, ele faz mistério. "Não tenho vontade de falar com quem estou transando, não preciso falar. Prezo minha liberdade de não citar nomes e proteger minha privacidade."
Giane também elogiou a introdução de uma personagem trans na novela em que ele atua.
"Acho muito legal e merecido o destaque para a Britney [Glamour Garcia]. Os trans estão próximos da gente, amigas têm filho trans e acho lindo a novela mostrar. E a menina está fazendo muito sucesso. Fico bem feliz porque é um dos personagens mais amados, deixa de ser bicho-papão, sai do gueto. Vai falar que isso não tem valor na televisão?"
O ator também defendeu José Mayer, que se envolveu em um caso de assédio contra uma figurinista da TV Globo nos camarins de A Lei do Amor, em 2017, novela em que Giane também atuou.
"Acho que foi injusta essa história. Eu estava na novela junto com o Zé e duvido que ele tenha sido agressivo, passando do ponto no assédio. Há diferenças entre assédio e cantadas. O Zé Mayer é um puta artista e foi massacrado, sumiu, fechou-se em casa. Houve um exagero."
Giane é natural de Birigui (interior de São Paulo) e começou a carreira como modelo. Ele estrou na TV, já como coadjuvante principal, em Laços de Família (2000). Seu personagem, Edu, tinha romance com a protagonista, Helena (Vera Fischer).
De lá para cá, o ator voltou a ser coadjuvante em As Filhas da Mãe (2001), Em Família (2014) e Verdade Secretas (2015) e protagonizou oito novelas: Esperança (2002), Da Cor do Pecado (2004), Belíssima (2005), Sete Pecados (2007), Passione (2010), Guerra dos Sexos (2012), A Lei do Amor (2016) e A Dona do Pedaço (2019).