O Secretário de Cultura do Governo Federal, Mario Frias, criticou o uso de verba cultural para realização do conjunto de podcasts e lives Criança Viada Show, que estrearia no sábado 15 às 20h no Youtube.
Com a repercussão e por ordem da gestão municipal que passou a verba, a atividade foi cancelada.
Em post no Twitter, Mario falou da sua contrariedade.
É lamentável que os recursos, repassados devido a imposição da Lei Aldir Blanc, sejam usados para fins políticos/ideológicos, e não para seu real motivo, o financiamento da cultura. pic.twitter.com/PpGjif0t00
— MarioFrias (@mfriasoficial) May 14, 2021
A Lei Aldir Blanc foi criada na pandemia pelo Congresso Nacional para ajudar o mundo da arte, tão afetado pela proibição de eventos culturais desde 2020.
O Criança Viada Show foi pensado para ser conjunto de cinco entrevistas com gays.
O primeiro tema seria "Roda Bixa", na qual os convidados do podcast entrevistariam o idealizador do projeto, o ator, diretor e produtor teatral Daniel Olivetto.
O chefe da cultura do governo Jair Bolsonaro (sem partido) falou de atuação legal contra esse tipo de iniciativa em outro tuíte.
"Roda bixa, roda hétero ou roda alienígena não tem relação com os aspectos e manifestações da nossa cultura. Verificarei mais a fundo essa questão, para ver como será juridicamente possível garantir que os recursos da cultura não sejam aplicados para outros fins."
Em nota no Instagram do projeto, Ações para Reexistir, foi explicada a razão do cancelamento da live, que informou, era voltada para adultos.
"A equipe do Criança Viada Show vem a público informar que recebeu na noite dessa sexta-feira 14 notificação assinada pelo Superintendente da Fundação Cultural de Itajaí, Normélio Pedro Weber, ordenando a suspensão da live."
Ainda foi explicado que o termo criança viada foi criado pelo jornalista Iran Giusti em 2004 em blog que tratava de bulliyng.
E completou sobre os participantes do projeto: "Falamos aqui de sete vidas, sete memórias, sete gays que foram crianças."
Veja a arte de divulgação do projeto:
O veto a esse projeto ocorre no dia seguinte à suspensão de exposição artística gay em Belém e que tinha vencido edital do Banco da Amazônia, cujo maior acionista é o governo federal.