Benedict Cumberbatch defendeu o fato de ele, um hétero, ter sido escolhido para interpretar o papel de cowboy gay enrustido no novo filme de Jane Campion, The Power ot the Dog.
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"Eu me sinto muito sensível quanto à representação, à diversidade e à inclusão. Um dos atrativos deste papel era a ideia de que neste mundo, com este personagem específico, havia muito que era privado, escondido da vista", disse o ator ao site IndieWire.
Como ato de fiscalização da arte, muitos defendem que apenas atores gays interpretem papéis homossexuais em nome de trabalho para o segmento e para reforçar representatividade.
Ainda sobre o assunto, o ator deixou algo em aberto ao mesmo tempo que criticou essa postura de alguns ativistas.
"Também sinto um pouco que, tipo, nosso 'cartão de dança' tem que ser público? Precisamos explicar todos os nossos momentos privados em nossa história sexual? Acho que não", continuou.
Cumberbatch também pediu que o questionamento fosse feito a Campion, que o escolheu para o papel.
"Jane nos escolheu como atores para desempenhar esses papéis. Essa é a pergunta que ela deve responder."
Uma das próximas apostas para o Oscar 2022, The Power of the Dog (ainda sem título em português) estreou esta semana no Festival de Cinema de Telluride, nos Estados Unidos, e recebeu elogios da crítica.
O longa conta a história de um cowboy em 1925 que faz sofrer quem atravessa seu caminho.
Implacável, sedutor e com um imenso conflito interno, Phil (Cumberbatch) se casa com Rose (Kirsten Dunst), que já tem um filho, o jovem Peter (Kodi Smit-McPhee), que mostra inclinação homossexual. Uma forte tensão se desenvolve entre Phil e Peter, já que o vaqueiro é gay não assumido.
O trio já está cotado para receber indicações ao Oscar. Curiosamente, a única indicação até agora do ator ao prêmio máximo do cinema foi por outro gay, o matemático Alan Turing em O Jogo da Imitação (2014).
Ainda que tenha ajudado a quebrar códigos secretos dos alemães na Segunda Guerra Mundial, Turing foi afastado do trabalho por ser gay, internado em uma clínica e se suicidou após ser obrigado a tomar hormônios em uma espécie de terapia de "cura gay".
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