Por Marcio Claesen
Recém-estreado na plafatoma Prime Video, Vermelho, Branco e Sangue Azul se tornou o filme gay mais falado do momento.
Com elenco de poucas caras conhecidas e uma história-de-amor-que-precisa-vencer-barreiras-para-que-os-pombinhos-fiquem-juntos-no-final, fica a pergunta: enfim, vale a pena assinar o streaming e/ou gastar seu pacote de dados e tempo vendo um romance água com açúcar?
A resposta é... sim! E listamos abaixo seis motivos para você assistir ao filme!
1) Os obstáculos são reais
Ainda que muitos percebam ser mais fácil assumir um romance homossexual nos dias de hoje, para tantos continua a ser uma questão muito complexa. E como lidar com peso de uma monarquia secular que preserva tradições e tem ojeriza a novidades, como o casamento gay?
No longa, Alex Claremont-Diaz (Taylor Zakhar Perez) é filho da presidente dos Estados Unidos, mas esse fardo familiar não se compara ao do Príncipe Henry (Nicholas Galitzine), herdeiro da família real e neto do rei da Inglaterra.
Mais do que um descendente de sangue azul, Henry também é o queridinho da nação, o menino-prodígio. Portanto, é crível que o rapaz viva em meio a uma dualidade: seguir sendo um símbolo de perfeição e admiração ou poder perseguir seus próprios desejos?
2) O pano de fundo eleitoral
O roteiro de Casey McQuiston, Matthew López e Ted Malawer fugiu do óbvio e não transformou Alex em um rebelde sem causa para contrastar com pais idealistas. Pelo contrário. Aqui, o jovem está ciente da posição de liderança da mãe e se engaja na campanha para a reeleição da matriarca.
Ainda que o pleito seja coadjuvante, ele é parte fundamental para mostrar os traços de caráter de Alex e a intrínseca mistura familiar-política com seus pais.
3) Coadjuvantes funcionam
É comum que em comédias românticas o/a melhor amigo/a de um dos protagonistas tenha uma língua ferina e solte as melhores piadas do filme (A Garota de Rosa-Shocking, O Casamento do Meu Melhor Amigo etc). Não é este o caso, mas Nora (Rachel Hilson), amiga de Alex, está solar e dá leveza ao embróglio sentimental.
É digno de nota a presença de luxo de Uma Thurman, que vive a presidente Ellen Claremont, e em especial seu diálogo com o filho sobre sua orientação sexual. E o que falar de Stephen Fry, um dos tesouros do teatro britânico (e também um ferrenho ativista gay) como o homofóbico Rei James 3º?
4) Bissexualidade
Sabe quando um homem se relaciona com mulheres e descobre o prazer com outros homens? Bissexualidade que chama, né? Numa época em que muitos usam subterfúgios e eufemismos, tais como "pansexual" e "sexualidade fluida", para falar da orientação que não é monossexual, é bom ver um personagem jovem que tem desejo por homens e mulheres usando a palavra certa: bissexual.
5) Trilha sonora arco-íris
É nítido que o diretor Matthew López pensou na palavra "representatividade" quando escolheu as canções da trilha sonora. Artistas LGBT são ouvidos durante todo o filme. Vale destacar três excelentes cantores assumidamente gays: Oliver Sim (Fruit), Omar Apollo (com a belíssima 3 Boys) e Perfume Genius (que regrava o clássico Can't Help Falling in Love, de Elvis Presley, para um momento comovente do longa).
6) Beleza e química dos atores
Ao contrário de Bárbara Reis e Cauã Reymond, protagonistas da atual novela das nove da Globo, Terra e Paixão, Taylor e Nicholas têm o que se chama de "química". Eles funcionam juntos. Suas trocas de olhares e de carinhos magnetizam o público.
E vamos ser sinceros? Eles são lindos. Nicholas imprime mais docilidade e fragilidade e Taylor, impetuosidade. Com ou sem roupa, os dois são colírios para os olhos e fazem a imaginação ir longe.
PS: o diretor já deixou claro que pode vir uma continuação.
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