Caiu o tamanho da bancada evangélica eleita em 2022 para a Câmara dos Deputados em comparação ao recorde ocorrido no mandado atual, mas conservadorismo aumentou, conclui o doutorando em história e política Guilherme Galvão Lopes.
Segundo levantamento preliminar realizado por ele, essa será uma das menores representações do grupo religioso nos últimos 20 anos, chegando ao patamar de eleitos próximo ao de 1999: cerca de 50 integrantes.
"Nas duas últimas legislaturas (2015 e 2019), eles alcançaram seu maior patamar histórico: 89 deputados federais exerceram mandatos, entre titulares, suplentes e suplentes efetivados. Em 2018, ano da eleição de Bolsonaro, 84 evangélicos foram eleitos para a Câmara - um recorde."
Entretanto, de acordo com a análise de Galvão, o fato não é demonstração de fraqueza dos valores conservadores, mas da força de Jair Bolsonaro (PL), que conseguiu unir pautas antes defendidas pela bancada evangélica, tal como restrição ao aborto, em plataformas de políticos que não são de base eleitoral religiosa.
“Hoje, o bolsonarismo tomou para si estas pautas, somando a elas questões armamentistas e teorias conspiratórias sobre terraplanismo, liberdade religiosa e globalismo. Bolsonaro assume para si o maniqueísmo cristão: o mal precisa ser combatido, até com armas, se preciso”, escreveu no Twitter.
BANCADA EVANGÉLICA A PARTIR DE 2023
— Guilherme Galvão Lopes (@ggalvaolopes) October 5, 2022
Realizei um levantamento preliminar, e pelo visto os evangélicos terão uma das menores representações na Câmara dos Deputados nos últimos 20 anos, chegando ao patamar de eleitos próximo ao de 1999. pic.twitter.com/qsdn9YctWW