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Informações para o voto LGBT se fortalecer nesse grande momento da democracia

Ativista LGBT Carla Ayres é pré-candidata à vereadora de Floripa

Nome nacional do movimento terá como bandeiras a luta jovem, feminina e arco-íris

Publicado em 24/07/2016
carla simara ayres pt vereadora
Carla admite críticas ao PT, mas afirma ser o único partido nacional capaz de suplantar a opressão

Fazer campanha política e levar sua mensagem é uma luta. Entretanto, para algumas pessoas, é só a continuidade de um trabalho. Exemplo é a paulista Carla Ayres, que mora em Floripa há quatro anos e pré-candidata a vereadora da capital catarinense. 

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Aos 28 anos, Carla integra o movimento arco-íris há seis anos e atualmente é presidente do Grupo Acontece - Arte e Política LGBT, uma das mais atuantes do Estado. Ela já foi conselheira nacional LGBT, entre 2013 e 2014, consultora nacional da Secretaria Especial de Direitos Humanos e já coordenou o coletivo de mulheres da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT).

Por que se candidatar a vereadora? Por que escolheu o PT?
Sou filiada ao Partido dos Trabalhadores há 12 anos. Em que pese todas as críticas que podemos ter ao partido, críticas que muitas vezes eu mesma estabeleço, eu me centralizo por uma carta de princípios que tem no seu horizonte a transformação social, a liberdade e a superação de todas as formas de opressão. Na minha opinião, o PT ainda é o único partido nacional com capilaridade capaz de efetuar estas mudanças.

Como todos os partidos e espaços, presenciamos muitas atitudes isoladas que colocam em suspenso nossa história, mas existe um substrato militante, utópico e responsável – ao qual me integro – que busca honrar esta história e todas as conquistas dos últimos anos.

Num momento de crise política, de descrença nas instituições e política como o que estamos passando, num momento em que as disputas politico-partidárias se acirram, determinadas pautas são colocadas em jogo, em especial pautas que 'entraram em cena' com muita força nos últimos anos, como os direitos das mulheres, a cidadania LGBT, os direitos de negros e negras, os direitos da juventude, e os direitos humanos como um todo.

Eu me pré-candidatei particularmente por isso. Para defender um projeto e pautas que pra mim são caras e não podem retroceder.

Qual será sua principal bandeira?
Sou uma jovem mulher lésbica. O 'carro-chefe' da candidatura tem este viés – juventude, mulheres e pessoas LGBT. Para isso estamos construindo uma plataforma colaborativa (clique aqui para participar) pela qual queremos discutir a construção de uma cidade democrática, de espaços públicos plurais pelo olhar daqueles grupos que em geral não acessam à cidade.

Por que mulheres não saem a noite sozinhas? Por que o espaço publico é tão hostil à população LGBT? Entendemos que esta abordagem nos permitirá discutir aspectos mais gerais como saúde, segurança, educação, mobilidade, lazer etc. Bem como os direitos humanos como um todo e as transversalidades que os integra como acessibilidade, combate ao racismo, dentre outros.

Qual você acredita que será sua maior dificuldade na campanha?
As duas principais dificuldades, no meu entender, vêm justamente da contradição de aspectos que, na verdade considero avanços. Se de um lado avançamos em pautas progressistas e de direitos humanos, como as que pretendo abordar, por outro avançamos em conservadorismo e será preciso envergadura para manter esta defesa. 

De igual modo, ainda que não tenhamos conseguido fazer a reforma política tal qual desejamos, uma mudança importante no pleito deste ano é o fim do financiamento empresarial de campanha, e a redução do período eleitoral. Estas medidas visam tornar a disputa mais barata e mais 'igual'. No entanto, para pré-candidaturas iniciantes como a minha, torna-se um desafio 'se fazer conhecida' em tão pouco tempo, com pouca estrutura. O desafio será a criatividade.


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