A própria casa não é o lugar mais seguro para uma pessoa LGBT. A constatação vem de levantamento de casos de violência interpressoal e autoprovocada que foram atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) entre 2015 e 2017.
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Dos 24.564 casos registrados, 61% ocorreram no domicílio da pessoa. Em segundo lugar vem a via pública, com 20,6%.
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O quesito local de ocorrência se completa com 7,7% de outro local, 4,4% de ignorado, 4% de bar ou similar, 1,3% de escola e 1% de habitação coletiva.
Importante notar que os números não tratam apenas de violência causada por outra pessoa contra o indivíduo que foi atendido pelo SUS.
Em 24,6% das ocorrências, quem se feriu foi o próprio LGBT. Aí estão lesões, tais como automutilação, e tentativas de suicídio.
A fato de lugar de moradia ser tão maléfico é reforçado pelo perfil dos possíveis agressores. Dos 18.438 casos registrados em que houve agressão por outra pessoa que não o próprio paciente do sistema de saúde, o maior quantitativo foi de parceiro íntimo, com 6.352 relatos. O segundo, é de parentes, com 2.797.
A pesquisa, publicada na Revista Brasileira de Epidemiologia, chama-se Perfil das Notificações de Violências em Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais Registradas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, Brasil, 2015 a 2017.
O estudo tem com base informações do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), aplicado no SUS.
Desde outubro de 2014, esse sistema, que diz respeito a casos de violência interpessoal ou autoprovocada, inclui orientação sexual e identidade de gênero.