Um estudo apresentado nesta terça-feira 25 na 9ª Conferência IAS sobre Ciência do HIV, em Paris, mostrou que nenhum homem soropositivo e com carga viral indetectável conseguiu transmitir o HIV para seu parceiro.
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Chamado Os Opostos Se Atraem, o estudo envolveu 358 casais gays do Brasil, Tailândia e Austrália que foram analisados entre 2012 e 2016. Neste período, os casais tiveram 17 mil relações sexuais anais sem preservativo.
Todos os casais eram sorodiscordantes - isto é, quando um tem HIV e o outro não. E todos os que possuíam HIV estavam com carga viral indetectável - quando a medicação está sendo tomada corretamente e o vírus não aparece mais no sangue.
"O nível de vírus indetectável efetivamente evita a transmissão do HIV entre os casais homossexuais", disse o professor Andrew Grulich, do Instituto Kirby da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, responsável pela pesquisa.
"Nossa pesquisa acrescenta à evidência de um pequeno número de outros estudos internacionais de casais heteros e homossexuais e significa que podemos dizer, com confiança, que efetivamente o tratamento do HIV bloqueia a transmissão em casais com diferentes níveis de HIV."
"Esta é uma notícia que altera a vida dos casais com diferentes níveis de HIV", continuou Grulich. "Mas é importante que o parceiro HIV positivo esteja sob cuidados médicos regulares e não perca nenhuma das suas medicações antirretrovirais, a fim de garantir que ele mantenha uma carga viral indetectável."
"Os resultados do estudo 'Os Opostos Se Atraem' têm implicações importantes para os casais sorodiscordantes no Brasil e em todo o mundo", comemorou a médica Beatriz Grinsztejn, do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas.