Ao contrário do que a maioria imagina, não é preciso ter sido passivo para contrair o papilomavírus humano (HPV) no ânus.
Pesquisa realizada pelo Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, sobre o vírus, abordou este tema.
A médica epidemiologista líder do estudo, Eliana Wendland, explicou que várias pesquisas internacionais já constataram que mulheres que não faziam sexo anal tinham taxa de infecção pelo HPV semelhante ao do genital. A proximidade das regiões ajuda a explicar a contaminação.
Dentre os homens, "na população avaliada, poucos faziam sexo anal, mas tinham infecção por HPV na região. Pode ser contaminação na hora do sexo. Ou seja, não precisa fazer sexo anal para ter HPV anal", disse a médica.
A pesquisa evidenciou que 52% dos jovens brasileiros de 16 a 25 anos que já iniciaram a vida sexual têm HPV, com prevalência das mulheres (63,2%) sobre os homens (36,8%).
Há vacina contra o vírus, mas em 2022, dentre as meninas, apenas 57,44% tomaram as duas doses do imunizante (75,91% não passaram da primeira dose).
Dentre os rapazes, a adesão foi ainda menor: 36,59% tomaram as duas doses e 52,26% pararam na primeira.
A vacina quadrivalente é indicada para prevenção de verrugas genitais (HPV 6 e 11) e de tumores relacionados ao HPV 16 e 18, tais como o de vulva, vagina, colo uterino, ânus, cavidade oral, traqueia e pênis.
De acordo com o estudo, a infecção por HPV está associada a 90% dos casos de câncer de ânus, tipo de tumor que tem aumentado em vários países nas últimas décadas.
Em metade das mulheres pesquisadas, o tipo de HPV encontrado na região anal era de alto risco para câncer. Dentre os homens, a taxa foi de 29%.
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