Para frear sexo gay, país africano proíbe gel lubrificante

Fala oficial coloca atitude como forma de prevenção de HIV, mas o efeito é contrário

Publicado em 23/07/2016
Tanzânia, país africano, proíbe venda de lubrificante por causa de sexo gay
Governo vetou importação e utilização do produto

A intolerância a homossexuais chega a níveis tragicômicos em alguns países. Na Tanzânia, o governo proibiu a venda de lubrificantes porque o produto "incentiva a homossexualidade".

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Oficialmente, a ministra da Saúde do país, Ummy Mwalimu, justifica a ação como parte de uma suposta prevenção ao HIV. "É verdade que o governo proibiu a importação e utilização de lubrificante para frear a propagação do HIV", disse à imprensa local, segundo o Lebanon Daily Star.

"Estima-se que 23% dos homens que fazem sexo com homens vivem com HIV/Aids", afirmou. "Eu instruí os interessados que trabalham com pessoas homossexuais para retirar os produtos do mercado."

Segundo Mwalimu, grupos que trabalhavam com a comunidade gay estavam distribuindo os lubrificantes gratuitamente. "O ministério concordou em dar à pasta o dinheiro que eles estavam usando para comprar e importar lubrificantes para que pudéssemos usá-lo para comprar camas para as maternidades."

A medida é ilógica, já que o lubrificante atua justamente na prevenção à infecção por doenças sexualmente transmissíveis. O uso do gel diminui o atrito, o que faz com que haja menos risco do preservativo rasgar.

Apesar de não terem sido relatadas notícias sobre prisões nos últimos anos, por lei, a homossexualidade masculina é punível com a pena de prisão perpétua na Tanzânia. Não há menção sobre punição ao sexo lésbico no país.


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