Morreu, no sábado 10, o ator, diretor, dramaturgo e jornalista Alexandre Ribondi.
Ele estava com 70 anos e havia tido um acidente vascular cerebral (AVC) em maio. Desde então, Ribondi passou por internações em diversos hospitais do Distrito Federal.
Nascido em 12 de dezembro de 1952 em Mimoso do Sul (ES), Ribondi se mudou para Brasília em 1968.
Foi torturado e preso durante a ditadura e viveu em exílio na França.
Na capital federal, especializou-se como jornalista de cultura e trabalhou no Correio Braziliense e no Jornal de Brasília.
Em 1979, Ribondi fundou o Grupo Homossexual Beijo Livre, a primeira entidade gay e LGBT do Distrito Federal e uma das primeiras do Brasil. O Beijo Livre nasceu apenas meses depois do pioneiro nacional, o Grupo Somos, de São Paulo.
O nome do grupo veio do possivelmente primeiro beijaço gay do país. Ribondi e seu então namorado, o jornalista Romário Schettino, foram advertidos por um funcionário do Bar Beirute, na Asa Sul, que por décadas foi point gay, após trocarem um beijo.
O dramaturgo e seus amigos, indignados, voltaram ao lugar, no mesmo ano de 1979, e promoveram uma cena conjunta de troca de carinhos chamada de Beijo Livre, uma espécie de Stonewall brasileiro.
Durante as décadas seguintes, Ribondi ministrou inúmeras oficinas de teatro, assinou livros e escreveu e dirigiu peças teatrais - boa parte delas com a temática LGBT.
Em 2016, ele foi um dos fundadores da Casa dos Quatro, espaço multicultural em Brasília com ênfase na defesa dos direitos LGBT.
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