Aos 33 anos, o músico Donatinho se reinventou como "a primeira tecladista drag do Brasil" e se apresenta agora como Natasha Oliver.
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Filho do celebrado pianista e compositor João Donato, o músico trouxe, no último carnaval, a personagem durante o Bloco da Gravata Florida, o qual puxou no Rio de Janeiro.
"Ela fez o maior sucesso e eu tive a ideia de levar a performance adiante. A minha madrinha, Karina Scursa, me incentivou a fazer a coisa acontecer. Karina me ajuda muito com a maquiagem, produção, coisas assim...", contou o artista ao G1.
Ainda que seja hétero, o músico acredita que sua persona possa contribuir para a comunidade. "Sempre fui muito ligado na causa LGBTQ e a Natasha, além de ser uma realização pessoal de fazer algo que me dá prazer, ainda ajuda a defender a causa."
"Primeiro porque é não é comum ver homens héteros performando como drag e, mais do que isso, o meio musical é o mais machista e preconceituoso dentre os ramos da arte. Acho que nós artistas de certa forma temos o dever de quebrar tabus e barreiras, abrindo a cabeça das pessoas. Ainda mais hoje em dia, pois vivemos num mundo com intolerância e preconceito por todos os lados."
A drag tem feito aparições junto a DJs como Papagaio e Vivi Seixas, mas não descarta possibilidade de montar uma banda e lançar trabalho autoral.
"Natasha é como se fosse meu alter ego. É uma extensão de mim. Só que é uma outra persona. Ela tem atitude diferente, comportamento diferente, mas a essência é a mesma. Tanto que ela é tecladista, assim como eu", explica.