Três filhos de casal gay morrem em incêndio em SP

Família já tinha ilustrado reportagens sobre adoção. Um dos pais está preso

Publicado em 19/02/2021
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Gabriel, de 9 anos, Fernanda Verônica, de 14 anos, e Lorenzo, de dois, morreram na noite da quarta-feira 17.

A Polícia Civil investiga incêndio que culminou na morte de três crianças filhas de um casal gay em Poá, na Região Metropolitana de São Paulo.

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Fernanda Verônica, de 14 anos, Gabriel, de nove, e Lorenzo, de dois, morreram em sua casa, na noite da quarta-feira 17.

Os três são filhos de Ricardo Reis de Farias Vieira e Leandro José Reis de Farias Vieira, que já foram tema de reportagens na imprensa sobre adoção por casais gays.

Ricardo e Leandro ficaram juntos por quase 15 anos e se separaram em outubro. Desde então, Leandro passou a morar em uma cidade próxima, Mogi das Cruzes, e os dois compartilhavam a guarda das crianças - em cada semana um deles ficava com os filhos.

Na noite da tragédia, Ricardo estava com os três filhos e dormia em outro quarto. Ele procurou a delegacia de polícia, que fica a poucos metros da residência, pedindo ajuda para salvar as crianças. Ricardo relatou que a porta do quarto deles estava trancada e ele não conseguiu arrombá-la.

A polícia nada pôde fazer pois o fogo já tinha tomado conta da casa. Após operação dos bombeiros, os corpos dos três menores foram encontrados carbonizados.

O corpo de Fernanda estava no banheiro, o de Lorenzo, no centro do quarto das crianças, e o de Gabriel, próximo da janela.

A polícia pediu prisão temporária de Ricardo por 30 dias após encontrar contradições em seu depoimento.

Uma das incoerências é a afirmação de Ricardo de que tinha ido à janela, do lado de fora da casa, e percebido que os filhos não estavam lá. No entanto, ele mesmo havia ido à delegacia e dito aos policiais que os filhos estavam trancados no quarto.

Não era comum que o filho mais novo dormisse no quarto e a polícia quer saber quem trancou o dormitório.

Em nota, a defesa de Ricardo disse que a prisão foi precipitada e que está tentando revertê-la.

O delegado Eliardo Jordão esclareceu ao G1 que a prisão "não aponta, não acusa ninguém. É uma prisão processual, um instrumento jurídico para viabilizar a continuidade das investigações.

O outro pai, Leandro, chegou ao local na manhã seguinte e ficou desolado.

Familiares disseram que as crianças - adotadas em 2014 e 2019 - eram muito amadas por ambos.

A Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo divulgou nota de pesar pelo falecimento das crianças.


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