Times brasileiros não usam camiseta 24. Entidades querem mudança

Aliança Nacional LGBTI e GADvs fizeram documento pedindo que CBF combata a discriminação a homossexuais no futebol

Publicado em 31/01/2019

Homofobia no futebol: entidades falam sobre a camisa 24 que não é usada por homofobia

O número 24 é um tabu nas camisas dos jogadores de futebol e isso motivou entidades LGBT a instarem a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a combater a homofobia no esporte.

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A Aliança Nacional LGBTI+ e o Grupo de Advogados pela Diversidade Sexual (GADvs) divulgaram nota em virtude de reportagens do site Super Esportes e do jornal Folha de S. Paulo que relataram que nenhum clube brasileiro utiliza o número 24 em seu uniforme.

O motivo é óbvio: medo de atletas de serem associados à homossexualidade. O 24 é o número do veado no jogo do bicho, criado pelo barão João Batista Viana Drummond para estimualr a visitação ao Jardim Zoológico do Rio de Janeiro, há cerca de 120 anos. E o veado - também escrito na forma 'viado' - é relacionado aos homossexuais no Brasil.

As duas entidades pedem que a CBF tome "medidas de enfrentamento" à homofobia no futebol. Foram lembrados também os recorrentes gritos de "bicha" que tomou conta das partidas de futebol no País, em especial quando o goleiro do time adversário repõe a bola no jogo. Esta conduta discriminatória dos torcedores tem sido punida pela Federação Internacional de Futebol (Fifa).

O documento explica: "Não se quer 'obrigar' os times de futebol a utilizarem a camisa de número 24, quer-se que o tema seja problematizado no contexto maior do simbolismo do desprezo institucional dos clubes e jogadores a esse número, como um repúdio à homossexualidade e a visão de homens gays como 'menos homens' e mulheres lésbicas como 'menos mulheres' que homens e mulheres heterossexuais."

E continua: "Não há como negar a fortíssima LGBTIfobia no futebol brasileiro e isso é algo que a Confederação Brasileira de Futebol precisa, urgentemente, enfrentar, com medidas preventivas e repressivas – neste último caso, efetivamente punindo clubes de futebol que, por si ou por suas torcidas, incorram em práticas e manifestações homofóbicas."


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