Dois guardas municipais de São Vicente, litoral de São Paulo, viraram réus após abordagem homofóbica feita contra dois rapazes gays e uma mulher transexual.
Na rodoviária da cidade, os agentes da Guarda Civil Municipal (GCM) trataram as vítimas como "seus viados" e "seus putos".
De acordo com o G1, a juíza do Foro de São Vicente, Thais Cristina Monteiro Costa Namba, recebeu a denúncia, na quinta-feira 8, contra os guardas para a abertura de ação penal para crimes resultante de preconceito de raça ou de cor. O Tribunal de Justiça de São Paulo acatou a denúncia.
A prefeitura da cidade informou que foi instaurado processo junto à Corregedoria da Guarda Civil Metropolitana e que o mesmo foi arquivado devido a falta de evidências.
Por meio da Secretaria de Assuntos Jurídicos (Sejur), a prefeitura pontuou que os guardas são réus em processo criminal e que nada tem a ver com isso.
O caso ocorreu em 15 de julho de 2021. João Pedro da Silva Loureiro e Luanderson Almeida Leite estavam na rodoviária esperando o ônibus que levaria a amiga Nathalia Lima sair. Ela iria voltar para Sorocaba, no interior paulista.
O grupo estava fumando maconha e foi abordado com agressividade por três guardas - dois homens e uma mulher.
Com armas em punho, os guardas teriam gritado e ofendido os jovens e esvaziaram o conteúdo da mochila de Nathalia espalhando tudo no chão.
Eles questionaram se Luanderson e João eram transformistas e os rapazes disseram que a maquiagem na mochila era de Nathalia, transexual.
As vítimas teriam sido empurradas e chutadas e o gato de Nathália, que estava numa caixa de transporte, foi tirado do objeto com violência.