Um advogado está sendo processado por uma promotora assumidamente lésbica por ter falado contra homossexuais durante julgamento em São Paulo.
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Em novembro de 2019, Celso Vendramini defendia dois policiais militares julgados pela execução de dois homens quando passou a falar contra direitos de gays.
Vendramini, conforme consta do laudo, se dirige à promotora Cláudia Ferreira Mac Dowell durante o julgamento e diz não saber se ela é casada ou não, mas afirma notar uma aliança na mão esquerda dela.
Em seguida, diz que é fã do presidente russo Vladimir Putin e afirma que "lá não tem boi não. Lá não tem passeata gay russa não".
E continua: "Vai ser gay lá na Rússia para ver o que acontece. Eu acho que a democracia da Rússia é a democracia que eu gosto."
Ao UOL, Cláudia afirmou que Vendramini insiste em não admitir que esteja errado.
"Não dá mais para aguentar calada que pessoas, com a desculpa de exercer sua liberdade de opinião, saiam divulgando pensamentos depreciativos quanto a outras pessoas ou a um grupo de pessoas. Quando a gente se cala diante desse tipo de preconceito, a gente só colabora para que ele se naturalize', afirmou a promotora.
Na denúncia oferecida em dezembro contra o advogado, o promotor de justiça Gilberto Ramos de Oliveira Júnior afirma que "restou evidente o discurso de ódio proferido pelo denunciado, expondo os integrantes do mencionado grupo vulnerável à ação claramente de cunho segregacionista, ofendendo direitos e liberdades fundamentais".
No último dia 8, a juíza Ana Carolina Munhoz de Almeida aceitou a denúncia e tornou Vendramini réu.
O advogado, que em rede social mostra apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), tem entrevista na qual afirma que fez comentário geral e nega que tenha ofendido a magistrada. "Não me dirigi a ela."