A notícia parece antiga, mas não é. Um pai de santo assumidamente homossexual está processando o canal Porta dos Fundos em R$ 1 bilhão.
Curta o Guia Gay Floripa no Facebook
O motivo é o especial de natal, lançado em dezembro de 2019 pela Netflix, que retrata Jesus Cristo como gay.
Líder do centro de umbanda Ilê Asé Ofá de Prata, Alexandre Montecerrathe pede indenização por danos morais e exige a retirada do conteúdo do serviço de streaming.
À coluna de Lauro Jardim, de O Globo, Montecerrathe afirma que abriu o processo em nome do seu centro de umbanda porque considerou o programa uma "afronta aos valores religiosos" e como "homossexual" se sentiu "ofendidíssimo".
"A produção mencionada traz o homossexualismo (sic) como uma chacota! Isso porque, não é o simples fato de trazer um personagem de Jesus homossexual que ofende, mas sim a forma de como aquele homossexual se comportou, o que foi, nitidamente, descomedida e abusiva", explicou o religioso à reporter Marta Szpancenkopf.
"Estamos tratando de religião, não é a particularidade da vida das pessoas, trata-se de uma questão milenar, a qual não tem como, de forma alguma, ser objeto de brincadeira."
De acordo com o Notícias da TV, o processo foi aberto na 4ª Vara Cível de Madureira, no Rio de Janeiro, mas a juíza Sabrina Valmont já declinou competência para julgar o caso porque o endereço do Porta dos Fundos é da área de Foro Central da capital carioca. Agora, a ação está na 26ª Vara Cível e aguarda decisão do juiz Marcos Antonio Brito.
A quantia pedida - R$ 1 bilhão - é a mesma que a igreja evangélica Templo Planeta do Senhor pediu em processo contra o mesmo especial de natal.
No entanto, quando a juíza que julgava a ação questionou o porquê do valor ser tão alto e negou à igreja o direito de Justiça gratuita, os responsáveis pela ação tentaram diminuir a soma da indenização para R$ 100 mil.
Não conseguiram, pediram para, então, retirar a ação, mas a Justiça determinou o pagamento das custas do processo, estipuladas em R$ 82 mil.