Eleito na segunda 1º presidente do Senado e, por isso um dos políticos mais poderosos atualmente no Brasil, o parlamentar Rodrigo Pacheco (DEM-MG) ganhou em 2019 elogios de ativistas gays ao protagonizar episódio pitoresco e histórico.
Era início de seu mandato e ele fez questão de respeitar a contagem de gabinetes no Senado Federal: decidiu exibir a placa 24 na porta.
Não era para ser algo inusitado, porém, nos quatro anos anteriores, não existiu escritório com esse número na casa parlamentar.
No jogo do bicho, o 24 representa o veado, animal associado de forma pejorativa a homossexuais.
O espaço nessa época era ocupado pelo senador Dario Berger (MDB-SC) e recebeu, sem explicação, a numeração 26.
O senador mineiro havia entrado até em disputa com o colega Alessandro Vieira (Cidadania-SE) para quebrar esse tabu.
Na época, Rodrigo, que está na linha sucessória da Presidência da República até 2022, comemorou o feito.
"O 24 tinha misteriosamente deixado de existir anos atrás, mas agora foi restabelecido o número correto. Enfim, o gabinete estará pronto a servir o povo de Minas Gerais e do Brasil, com eficiência e sem qualquer discriminação", registrou o site Congresso em Foco.
A Aliança Nacional LGBTI+, ao saber dessa postura do parlamentar, o parabenizou por dar exemplo contra discriminação e seus integrantes, incluindo o presidente, Toni Reis, chegaram a tirar foto no local.
Rodrigo, entretanto, era a escolha de Jair Bolsonaro (sem partido) para presidir a Casa. Analistas políticos acreditam que com ele nesta posição, não há chance de se abrir processo de impeachment contra o presidente da República, situação que seria diferente, caso sua rival na disputa, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) tivesse ganho.