O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) foi alvo de denúncia por falas consideradas homofóbicas feitas em entrevista. Em uma delas, ele disse que homossexuais são usados pelo diabo.
Deputado distrital mais votado da história de Brasília e gay assumido, Fábio Felix (Psol) apresentou queixa-crime à Procuradoria-Geral da República contra o parlamentar mineiro.
Na entrevista a um podcast, Nikolas comparou a homossexualidade ao vício em cigarro e disse que um relacionamento gay faz a pessoa se afastar de Deus.
"Para mim, o pecado da homossexualidade não é um pecado sacrossanto, não é um super pecado porque tem as suas dificuldades, sua complexidade. Eu imagino que deva ser algo muito difícil, uma pessoa ter desejo por outra pessoa (…). Porque assim, tem gente que vai passar a vida inteira desejando fumar, mas não vai fumar porque largou o fumo e tal", afirmou o parlamentar.
E continuou: "Então, você vai ter ali o relacionamento homossexual, onde você vai ser levado por aquele desejo que faz com que se afasta da vontade de Deus, assim como a bebida, assim como a mentira, assim como a gula, fofoca, tudo que a Bíblia condena."
Na mesma conversa, o deputado disse que a homossexualidade "é uma ilusão".
"O que está acontecendo com você é uma ilusão, você está sendo usado pelo diabo e tal. Beleza é uma maneira de você abordar a pessoa."
Pouco depois, Nikolas sugeriu abordagem para uma espécie de "cura gay".
"Você não pode chegar e dizer a uma pessoa: 'Se você é homossexual, você vai para o inferno.' Tem maneiras de falar: 'Olha, teu pecado te afasta, o plano perfeito do Senhor é esse, ele morreu por você, ressuscitou, veja o que ele fez para você estar aqui. Deus quer cuidar de você, isso que está acontecendo com você é uma ilusão, é uma mentira, você está sendo usado pelo diabo."
Para Fábio Felix, o congressista proferiu "mensagens discriminatórias contra a população homoafetiva, comparou os casais homoafetivos ao vício em bebidas, gula, mentiras e, em tom messiânico, propôs uma espécie de 'cura gay".
"Se não bastasse as expressões carregadas de preconceito, de caráter de exclusão, coloca ainda homoafetividade como uma disfunção, uma aberração da qual a pessoa tem que se arrepender”.
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