O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, pela primeira vez, levantamento com número de gays, lésbicas e bissexuais no País.
Esse grupo soma, segundo a pesquisa, 2,9 milhões de pessoas, o que corresponde a 1,9% da população brasileira.
Deste total de 2,9 milhões, 1,8 milhão (1,2%) se declaram gays ou lésbicas e 1,1 milhão (0,7%) disseram ser bissexuais.
Dentre os homens deste grupo, 1,4% disse ser gay e 0,5%, bissexual. Dentre as mulheres, 0,9% declarou-se lésbica e 0,8%, bissexual.
Heterossexuais somam 150,8 milhões de pessoas, o que equivale a 94,8% da população.
Aos pesquisadores, 1,7 milhão de pessoas (1,1%) disse não saber responder à questão e outros 3,6 milhões (2,3%) recusaram-se a responder.
Uma minoria, cerca de 100 mil (0,1%) disse se identificar com outras orientações - destas, a maior parte respondeu pansexual (que é sinônimo de bissexual) e assexual.
Foi a primeira vez que a pergunta "Qual é a sua orientação sexual?" foi feita pela Pesquisa Nacional de Saúde (PNS).
Ao todo, foram visitados 108.525 domicílios e realizadas 94.114 entrevistas em 2019. Os dados representam 159,2 milhões de brasileiros.
Por segmentos, número de homo e bissexuais é maior na faixa de 18 a 24 anos (4,8%), dentre quem tem renda alta (3,5%), nível superior (3,2%) e na região Sudeste (2,1%). O Nordeste é a região com menor número de LGB (1,5%).
Analista da PNS, Nayara Gomes ressaltou que este número de LGB diz respeito àqueles que se sentiram à vontade para falar sobre sua orientação sexual com o pesquisador.
"A gente não está afirmando que existem 2,9 milhões de homossexuais ou bissexuais no Brasil. A gente está afirmando que 2,9 milhões de homossexuais e bissexuais se sentiram confortáveis para se autoidentificar ao IBGE como tal", disse Nayara, segundo a Agência Brasil.
Coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Vieira ressaltou que é um tema que vem de uma demanda forte "de tornar estatisticamente visível essa população para a sociedade. É tema bastante relevante e também delicado".
Sobre transexuais, o IBGE informa que estuda metodologia para incluir questão sobre identidade de gênero em próximas pesquisas.