A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo não vê conexões entre três casos de homens mortos de forma semelhante na capital paulista nos últimos meses, o que confronta afirmação do influenciador Lucas Raniel de que haveria um mesmo assassino que teria feito 5 vítimas em São Paulo. A publicação viralizou e causou pavor na comunidade homossexual da cidade.
Em post na quinta 10, Lucas, que tem foco em HIV nas suas redes sociais, inicia mensagem com a frase: 'Galera, é real e oficial. Tem um cara matando gays que ele encontra via app de relacionamento aqui em SP".
Ele afirma que os casos estavam sendo considerados suicídios, o que estaria acobertando a atuação do assassino.
Lucas não dá nome das vítimas e postou, na continuidade, alguns depoimentos passados por meio de redes sociais.
Com a repercussão do tuíte, ele disse ter recebido mais relatos e aumentou o número de assassinados para 11, ainda sem dar detalhes e sem citar nomes.
Em entrevista ao Guia Gay São Paulo, Lucas negou ter dado informações que ainda estão em sua rede social e admitiu que suas conclusões foram baseadas em informações não confirmadas.
"Primeiramente não fui eu quem denunciou nada, e muito menos que são 11 casos. Eu tweetei o boato de que 5 possíveis casos de mortes de LGBT teriam acontecido de maneira parecida. Segundo matéria do UOL, já apuram 3 casos."
O caso de mais destaque no post de Lucas foi o do estudante de administração Wellington Henrique Cirino Cardoso, de 25 anos, encontrado morto, na quinta-feira 3, no próprio apartamento, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo.
Ele estava com sacos plásticos amarrados na cabeça por uma camisa e um carregador de produto eletrônico.
Ao UOL, a polícia informou que não há dados que apontem para crimes em conexão. A reportagem do site encontrou três casos.
Dentre os outros supostos crimes comentados nas redes está o do ator Luiz Carlos Araújo, encontrado morto, com um saco na cabeça, em setembro passado.
A polícia concluiu, à época, que o intérprete de 42 anos morreu por asfixia por confinamento com associação de uso de drogas e álcool.
Outra morte levantada pelo portal foi a do gerente L.G., de 39 anos. Ele foi encontrado morto em um hotel na Mooca, zona leste da cidade.
Diferentemente de Wellington e de Luiz Carlos, que eram gays assumidos, o homem era pai de uma criança de seis anos e passava por fase difícil com a namorada.
Ele havia tentado se matar duas vezes e respondia oito processos na Justiça por dívidas com bancos e pessoas físicas. A principal hipótese da polícia é de suicídio.