Sob sério risco de ter o mandato suspenso por 120 dias no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, Jean Wyllys (Psol-RJ) recebeu apoio inesperado. O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) enviou carta pública ao órgão em defesa do parlamentar. O comportamento de Wyllys é analisado por ele ter cuspido no colega Jair Bolsonaro (PSC-RJ).
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O Conic reúne a Igreja Católica Apostólica Romana, a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, a Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia e a Igreja Presbiteriana Unida.
No documento, a atuação de Wyllys como parlamentar é elogiada. "O que nos motiva esse gesto de solidariedade é a postura aberta do parlamentar para dialogar com os mais diferentes setores da sociedade civil, em especial, sobre temas complexos e nem sempre bem compreendidos pelo conjunto da sociedade brasileira."
Mesmo sendo protagonista de temas combatidos pela maioria da religiões cristãs, tais como homossexualidade, identidade de gênero e legalização da prostituição, Wyllys é qualificado pelo órgão como atuante pela diversidade religiosa e pelo diálogo com vários setores rumo à superação do preconceito.
No Facebook, o político agradeceu. "Esse apoio, devo dizer, é sobretudo importante para aqueles que ainda acreditam que pautas de direitos das minorias vão contra a liturgia do cristianismo."
Dentre os argumentos de Wyllys para não ser punido está o de não ter premeditado cuspir em Bolsonaro, o fato de o acusador ter apresentado vídeo editado como prova e de nunca um parlamentar ter sido punido com tamanho tempo de suspensão de mandato mesmo em investigação de corrupção.