Quem vê esses dois gatões não imagina que durante boa parte de suas vidas eles tiveram de lutar contra suas aparências.
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Jack e Jace Grafe são irmãos gêmeos e têm mais algo em comum: ambos são homens transexuais.
"É como estar na prisão, exceto que é no seu próprio corpo", contou Jack ao Fox5.
Criados em uma pequena cidade do Estado norte-americano da Geórgia, os irmãos dizem que até os 14 anos sequer tinha ouvido a palavra "transexual".
Aos 15, um confiou no outro e contou sobre como se sentiam de verdade em relação a sua identidade de gênero. Para surpresa de ambos, cada um ouviu a mesma insatisfação sobre sua própria imagem.
Até se formarem no ensino médio, eles continuaram com suas identidades femininas. Jack era Jaclyn e Jace era Jennifer. "Mas assim que saí de lá, cortei meu cabelo e mudei de roupa", diz Jace.
"Eu sinto como se tivéssemos nos salvado de momentos muito sombrios e deprimentes", confidencia Jace. "Às vezes, eu me pergunto se ele não estivesse aqui, se eu estaria sozinho, se teria pensamentos suicidas. Não estou dizendo que eu teria, mas é muito possível. Eu ficaria definitivamente sozinho."
Com 21 anos, os dois começaram - com uma semana de diferença - a receber injeções de hormônios, que lhes renderam vozes mais masculinas, dentre outras características.
Em agosto passado, no mesmo dia, Jack e Jace, com 23 anos, chegaram à etapa principal da transição: submeteram-se a uma mastectomia masculinizadora (retirada dos tecidos mamários e desenho para peitoral masculino).
Após a cirurgia, ambos puderam mudar legalmente seus gêneros em documentos e dizem que foi a melhor decisão que poderiam tomar. Os dois trabalham como agentes penitenciários.
"È como o maior alívio que você pode sentir", diz Jack. "Finalmente sou perfeito para mim", complementa Jace.
