O cerco se aperta cada vez mais contra a homofobia no futebol no Brasil.
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O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) determinou, na segunda-feira 19, que gritos homofóbicos vindos da torcida em estádios renderão ao clube a perda de três pontos.
O texto enviado aos times, segundo o UOL, tem tom de aviso. Árbitros e assistentes foram mencionados no documento e deverão agir contra o preconceito.
"Que a partir desta data [19] os árbitros, auxiliares e delegados das partidas relatem na súmula e/ou documentos oficiais dos jogos a ocorrência de manifestações preconceituosas e de injúria em decorrência de opção sexual (sic) por torcedores ou partícipes das competições" diz trecho do texto assinado pelo procurador-geral do STJD Felipe Bevilácqua.
Clubes que reincidirem na ação homofóbica podem ter pena dobrada. "É o futebol se adequando aos novos tempos e a situações que não se admitem mais. As análises serão caso a caso, passarão por avaliação de julgadores, mas a tendência é que [homofobia] seja combatida da mesma maneira que o racismo", disse Bevilácqua.
De acordo com a reportagem, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), em junho, de aplicar a legislação contra o racismo a casos de homofobia e transfobia pesou na decisão. Outro fator foi um documento da Federação Internacional de Futebol (Fifa), emitido em julho, pedindo que seus filiados combatam a discriminação.
O texto do STJD pede aos clubes que providências sejam tomadas "o mais rápido possível" e sugere, por exemplo, campanhas dentre torcedores e atletas.
A prática homofóbica teria começado no México, anos atrás, e se alastrado por países da América Latina. Quando o goleiro do time rival toca na bola para repô-la ao jogo, torcedores homofóbicos gritam "bicha".