O apresentador Gilberto Barros foi condenado a dois anos de prisão pelo crime de homofobia por ter dito que tinha nojo de beijo gay e que bateria em homossexuais.
Os comentários foram feitos no programa “Amigos do Leão”, exibido em seu canal do YouTube em setembro de 2020. A denúncia partiu do jornalista William de Lucca, militante da causa LGBT.
Por ser réu primário e pelo tempo da pena ser menor que quatro anos, a juíza que proferiu a sentença, Roberta Hallage Gondim Teixeira, substituiu a prisão por medidas restritivas de direito.
Por isso, ele deve prestar serviço à comunidade pelo tempo da pena e pagar cinco salários mínimos, que serão revertidos na compra de cestas básicas para organizações sociais.
O comentário que levou ao processo aconteceu em episódio sobre os 70 anos da TV brasileira.
Gilberto afirmou que quando trabalhava na Rádio Globo, na década de 1980, tinha que presenciar “beijo de língua de dois bigodes”, pois havia uma boate gay em frente ao local.
“Não tenho nada contra, mas eu também vomito. Eu sou gente, ainda mais vindo do interior. Hoje em dia, se quiser fazer na minha frente, faz. Apanha os dois, mas faz."
Os advogados do apresentador alegaram ainda que ele se mostrou constrangido pela situação, pois “sempre usou sua arte ou ofício para melhorar o país”.
A juíza afirmou em sua decisão que houve “agressividade das palavras aplicadas, as quais discriminaram os homossexuais especialmente diante do uso da palavra 'nojo”.
William de Lucca comemorou a decisão da Justiça e afirmou essa ter sido a primeira do Brasil em que a homofobia foi penalizada com condenação à prisão.
Gilberto Barros condenado à prisão por crime de homofobia, num processo onde eu fiz a denúncia em 2020. O trabalho dos advogados @DimitriSales e Fernanda Nigro levaram a esta condenação histórica, a primeira com pena de prisão por homofobia a história do país. Não passarão! ??????? pic.twitter.com/RCzhbeWelK
— William De Lucca (@delucca) August 16, 2022