Gay é espancado por seguranças em show de Jorge e Mateus

Nilvã Lucena, de 23 anos, conta que estava na fila do banheiro quando foi agredido e expulso do local da apresentação por seguranças

Publicado em 12/09/2017
Jovem gay diz ter sido vítima de homofobia ao ser espancado por seguranças em show sertanejo
Nilvã fez boletim de ocorrência e caso está sendo investigado

Um jovem de 23 anos afirma ter sido vítima de homofobia na noite do domingo 10 durante um show da dupla sertaneja Jorge e Mateus.

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Nilvã Lucena conta que seguranças o agrediram e o expulsaram da Arena Peruíbe, onde ocorria a apresentação, em Peruíbe, no Litoral Sul de São Paulo.

"Eu tinha saído do camarote e ido para a fila do banheiro. Estava mexendo no celular, quando um segurança veio e me deu uma 'gravata'. Ele me enforcou e eu comecei a sufocar", contou ao G1. Ele disse que, ao ser imobilizado, o vigia disse que o levaria para os fundos do palco para "conversar".

"Quando eu vi, tinha cinco seguranças e eu estava no meio. Eu gritei, até que algumas pessoas me reconheceram e pediram para que parassem de me bater. Eu achava que eles estavam me confundindo com alguém, não consegui entender", relata.

"Alguém falou para eles soltarem esse 'rapaz'. Aí, um dos seguranças virou e disse: 'Rapaz não, viado'. Fui vítima de homofobia, sim. Ao mesmo tempo em que tinha vergonha, pois todo mundo me olhava, eu tinha medo de apanhar e morrer."

O operador de caixa disse que nunca tinha passado por algo semelhante antes. "Já passei por situações de homofobia, mas nada assim. Eu paguei R$ 150 pelo ingresso, por um show que eu não assisti. Eu fui expulso sem que deixassem me defender. Eles não quiseram me ouvir", explica.

Em comunicado, a organização da Arena Peruíbe afirmou que as acusações de Nilvã não são procedentes. A equipe de segurança, ao ser consultada, disse que denúncias informaram que "havia um rapaz expondo seu órgão genital àqueles que transitavam pela área [sanitários], razão pela qual" foi abordado e ordenado para que parasse.

Nilvã afirma que ao ser arrastado, os seguranças lhe disseram que foram avisados que ele estava urinando fora das cabines. "Eu não estava fazendo nada. Eu estava na fila, de onde fui tirado. Não havia argumento."

"A gente, que é gay, sabe: todo dia matam um. Eu estou revoltado e envergonhado. Eu não fiz nada para merecer aquilo", disse. O jovem registrou boletim de ocorrência na segunda-feira 11 em Praia Grande, cidade vizinha a Peruíbe, onde reside. Ele passou por exame de corpo de delito e vai processar a organização do evento. "A polícia disse que vai investigar o caso. Eu espero isso", afirma.


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