Um grupo de fiéis que frequentam a Paróquia Nossa Senhora do Carmo, em Itaquera, Zona Leste de São Paulo, pede a saída do pároco, o padre Paulo Sérgio Bezerra.
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O motivo é pura intolerância: em junho, o jornalista e ator Albert Roggenbuck - que dá vida à drag queen Dindry Buck - falou contra a homofobia e a favor da diversidade sexual e também participou da comunhão erguendo o cálice, durante uma missa. Detalhe: ele estava desmontado.
À época, o pároco explicou sua abertura ao tema. "Penso que a missão principal de um padre é a formação da consciência religiosa e crítica do seu povo, da qual a Eucaristia e os demais sacramentos se tornem bela e comprometida expressão", disse à Folha de S.Paulo.
Segundo o jornal Agora São Paulo, os fiéis, liderados pelo Movimento Legislação e Vida, irritaram-se também porque Albert teria subido ao altar de outra igreja, a Paróquia Sant'Ana, no mesmo bairro, e comandada pelo padre Manoel Olavo Amarante, vestido como drag queen e ao lado de outras seis drags, e, lá, lançado um livro. Esses dois episódios teriam sido equivocadamente ligados ao padre Paulo.
Dindry Buck integra o Esquadrão das Drags, que foram retratadas em livro homônimo, lançado em setembro. A obra mostra a religiosidade de Albert/Dindry, frequentador assíduo da igreja, ao lado de sua mãe, e fala principalmente do belo trabalho do grupo pela conscientização de jovens gays carentes a respeito de sexo desprotegido e DST/Aids. A ação, que começou no início da década com os frequentadores do Largo do Arouche, região central de São Paulo, espalhou-se para outros locais e eventos do Estado.