Natural de São Paulo e atualmente vivendo em Floripa, Fanny Spina é candidata pelo Psol a deputada federal por Santa Catarina.
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Lésbica e formada em história pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Fanny integra o movimento feminista 8M e está engajada nas lutas em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade, pelo direitos das mulheres, LGBT e juventude.
Esta é a primeira eleição que a psolista disputa. O Guia Gay Floripa entrevistou Fanny a respeito de suas propostas.
O Brasil é um dos países mais avançados do mundo em relação à proteção e legislação pró-LGBT mas ainda há desafios para a cidadania arco-iris. Quais duas propostas para que o País avance nesta questão?
Discordo sobre o avanço da proteção e legislação pró-LGBT no Brasil. Iniciando com o assustador dado em que o Brasil é o país que mais mata LGBT no mundo, sendo 1 a cada 26 horas, ainda dentro dessas mortes as mais atigindas são as pessoas trans.
Outro exemplo é que não temos a garantia do casamento igualitário, hoje o que temos são ferramentas jurídicas que facilitam, entretanto estas decisões sempre ficam presas a decisões do Judiciário.
Aqui em Florianópolis temos o caso do promotor [Henrique] Limongi que impugnou 69 casamentos homoafetivos desde 2015.
A população LGBT quer viver, estudar, trabalhar, ter acesso a moradia e ao emprego. Nesse sentido considero que estar no Poder legislativo é um dos espaços para se garantir leis que criminalizem a LGBTfobia, sendo tipificada esta violência nos auxilia na geração de estatísticas e políticas públicas para um acolhimento humanizado dessas vítimas, e também possibilitando na geração de estatísticas, para que esta violência não seja mais invisível.
Além disso, lutar pela tramitação do Estatuto da Diversidade Sexual, revisar o conceito de família usado nos programas habitacionais, de moradia e outros programas e políticas públicas e desenvolver uma política nacional de adoção que inclua como potenciais adotantes casais do mesmo sexo e pessoas solteiras com as mesmas condições e requisitos, sem discriminação
Também garantir o acesso universal às técnicas de reprodução humana assistida, sem discriminar as pessoas LGBT, lutar pelo retorno das pastas ministeriais e políticas governamentais de combate às opressões, como o Ministério da Igualdade Racial, Direitos Humanos e de Mulheres, incluindo a volta da Secretaria Especial de Políticas LGBT e o projeto de lei para inclusão da discussão de gênero e sexualidade, saúde sexual e reprodutiva da população LGBT na Base Nacional Comum Curricular.
Quais são seus projetos para a população do País em geral?
O Brasil vive uma das crises mais pesadas de sua história, onde o golpe parlamentar ocorrido em 2016 aprofundou ainda mais a brutalidade dessa crise, que em dois anos fez o Brasil voltar 20 anos para trás, fazendo com que uma parcela da população voltasse a cozinhar com lenha.
A cartilha do governo Temer foi a retirada de direitos; foi dessa forma que ele aprovou a reforma trabalhista e o congelamento em gastos sociais como a educação, saúde e segurança pública, a Emenda Constitucional 95.
Essas foram medidas que afetaram muito a população, por isso me comprometo com a luta pela revogação dessas medidas. Assim poderemos ter um compromisso coerente na defesa da educação pública, gratuita de qualidade e com a ampliação do combate à violência da mulher, por exemplo.
Nossa candidatura também reflete sobre a necessidade da luta pela legalização do aborto, a prática acontece independente da proibição do Estado, as estatísticas levantadas pela Pesquisa Nacional do Aborto de 2016 aponta que 1 em cada 5 mulheres brasileiras realizaram abortos, que são a quarta maior causa de morte materna no país.
Por isso precisamos encarar esse pauta. Assim queremos travar essa luta institucional para que tenhamos educação sexual e planejamento familiar para escolher métodos anticoncepcionais para não engravidar, e aborto legal e seguro para não morrer.
Votar em você é ajudar a eleger pessoas do seu partido e da sua coligação. Quais são esses partidos? Qual o compromisso deles com a cidadania LGBT?
Estou candidata a deputada federal pelo Psol, um partido comprometido e atuante com as lutas das pessoas LGBTQI, bem como uma forte atuação destes dentro do partido.
Nossa coligação "Um Caminho pra Gente" é construída conjuntamente com o PCB, todas/os nossas/os candidatas/os são apresentam em seus programas a defesa dos direitos LGBTQI, além de também termos uma grande representatividade de pessoas LGBTQI.
Nossas candidaturas a presidência de Guilherme Boulos e Sônia Guajajara também expressam esses mesmos ideais de luta.
Essa entrevista faz parte de série do Guia Gay Floripa com candidaturas de LGBT. O objetivo é dar visibilidade as suas propostas, partidos e coligações de forma a colaborar com a decisão do segmento arco-íris e simpatizantes na hora do voto.