1ª escola LGBT do Rio, Bangay estreia no carnaval 2022

Agremiação é formada 90% por LGBT e desfila na Intendente de Magalhães pela primeira vez

Publicado em 19/04/2022
Bangay: primeira escola de samba gay LGBT do Rio de Janeiro
Sandra (sentada) criou o então bloco para seus amigos LGBT brilharem

Primeira escola de samba LGBT do Rio de Janeiro, a Bangay estreia na avenida no carnaval deste ano.

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Criado como um bloco em 2016, o grupo encorpou-se e se tornou uma agremiação em 2021.

Nesta quinta-feira 21, a Bangay desfila no chamado Grupo de Avaliação, porta de entrada para as escolas. 

Outras 20 pequenas escolas desfilam no mesmo dia. Elas lutarão por oito vagas para chegar à Série Bronze, no próximo ano.

Na hierarquia dos desfiles, ainda há Série Prata, Grupo de Acesso C, Grupo de Acesso B, Série Ouro e, finalmente, Grupo Especial.

À Agência France-Presse, a fundadora da escola, Sandra Andréa dos Santos, afirma que 90% dos membros são LGBT. 

Heterossexual e casada com um policial, Sandra teve ideia de criar a Bangay (no bairro de Bangu, zona oeste, daí o trocadilho) para ver seus amigos brilharem. 

"Por trás das câmeras, quem não aparece, quem faz as fantasias, os carros alegóricos, são em sua maioria LGBT, e essas pessoas não são vistas, não têm seu espaço de direito dentro do carnaval", explica o assistente de direção artística da escola, Tiago Rosa.

O estandarte da agremiação será carregada pela drag queen Louise Murelly e a bateria é liderada por uma mulher.

“Por que a comunidade LGBT também não pode brilhar na frente, em vez de apenas nos bastidores?”, questiona Louise.

O grupo em que a Bangay integra não está dentre os selecionados para receber recurso da prefeitura, portanto, o carnaval está sendo feito com dinheiro da própria comunidade, além de doações e de reciclagem de fantasias.

O desfile será realizado na Estrada Intendente de Magalhães, no Campinho, bairro da zona norte do Rio.

Enquanto muitos na escola sonham em chegar à Marquês de Sapucaí (reservada apenas à Série Ouro e ao Grupo Especial), Sandra alimenta outro desejo.

"Ganhar dinheiro para ter uma casa onde possam morar homossexuais que não têm onde morar, que são rejeitados por suas famílias", afirma.


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