Defensora de terapia de conversão de homossexualidade, Rozangela Alves Justino teve seu registro profissional cassado pelo Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal (CRP-DF).
Ela ficou famosa por oferecer tratamento para que gays e lésbicas deixassem de ter desejo pelo mesmo sexo, prática chamada de "cura gay" pela imprensa.
A decisão, divulgada na quinta-feira 17, atende denúncias tais como a do Ministério Público Federal de São Paulo.
No documento, é informado que Rozangela infringiu o código de ética da profissão, que veda psicólogos de induzir a "convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de suas funções profissionais".
A psicóloga foi punida, em 2009, com uma "censura pública" pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) por oferecer esse tipo de "tratamento".
À época, Rozangela disse ao G1 que considerava a homossexualidade um "distúrbio", provocado principalmente por abusos na infância e que havia "aliviado o sofrimento" de vários homossexuais.
Em abril de 2019, a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu decisão da Justiça Federal de Brasília que permitia a prática da "cura gay". A ministra atendia pedido do próprio CFP.
O Brasil foi o primeiro país no mundo a proibir a "cura gay". A decisão do CFP que impede que psicólogos colaborem com "eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades" data de 1999.
