Um jovem gay foi vítima de violência supostamente por homofobia com apenas uma semana vivendo em São Paulo.
O fotógrafo e desenhista Luciano Lechinieski, de 31 anos, foi agredido por volta de 3h da madrugada da sexta-feira 22.
Ele havia se mudado a poucos dias do Paraná para a capital paulista em busca de melhores oportunidades de emprego.
Luciano sofre de depressão e aceitou convite de um amigo para ir a uma festa LGBT na Barra Funda, zona oeste da cidade, na noite da quinta-feira.
A certo momento, o amigo foi embora e sugeriu que o fotógrafo ficasse com um outro pessoal.
Pouco depois, no entanto, Luciano teve uma crise de pânico e percebeu que tinha de deixar o local imediatamente.
"Eu não sou acostumado a sair, ir em festas, e não bebo. Esse dia eu até acabei bebendo um pouco, e isso me deixou um pouco mais ansioso. Eu tenho problema de ansiedade e depressão. Por estar sozinho lá na festa, com pessoas que eu não conhecia, tive um ataque de pânico e saí da boate", contou a vítima ao jornal O Globo.
"Lá fora, percebi que não conseguiria mais voltar e a gente sabe como é a situação da violência em São Paulo. Então, me escondi entre dois carros e lá fiquei, sentado, tentando me acalmar, respirar para que o pânico passasse."
Foi neste momento de vulnerabilidade em que houve a abordagem por pessoas desconhecidas.
"Foi quando passaram duas pessoas e tiraram o boné que eu estava usando. Eles ficaram rindo e jogando meu boné de um para outro. Eu pensei que eles estavam brincando. Um deles, então, disse para eu ir até ele buscar o boné. Eu fui e me deparei com várias pessoas estranhas. Nesse momento, minha memória é só de flashes de socos, chutes, pontapés", relembra.
Ele diz que tudo aconteceu a 100 metros do Fabrique Club e que ficou inconsciente por cerca de uma hora.
Nenhum pertence seu foi levado. Luciano foi socorrido por um brigadista que estava em frente à balada.
Para o fotógrafo, os agressores já sabiam que uma festa LGBT estava sendo realizada na região e que poderiam encontrar por ali alvos vulneráveis. Ele acredita que a roupa que usava pode ter ajudado a ser identificado como gay.
No hospital, ele soube teve fraturas em duas regiões do rosto - maxilar e área próxima à bocheca - e que necessitará de cirurgia.
"Ainda estou com bastante dor e estou conseguindo falar agora porque tomei analgésicos. A tomografia indicou que estou com duas fraturas no rosto. O médico disse que não corro risco de vida, mas que preciso fazer duas cirurgias de reconstrução com urgência para que eu não fique com sequelas."