Em um ano que a palavra morte foi uma das mais faladas no mundo, a comunidade LGBT, infelizmente, não passou incólume às perdas.
Curta o Guia Gay Floripa no Facebook
Seja pela covid-19 ou outras razões, gays, lésbicas, bissexuais e transexuais - do Brasil e de fora - nos deixaram este ano.
Perderam-se nomes nas artes, no esporte, na noite e, principalmente, no ativismo.
Relembre algumas das perdas de 2020:
Amanda Marfree
Orientadora socioeducadional, Amanda era nome atuante pelos direitos transexuais e trabalhava no Centro de Referência e Defesa da Diversidade (CRD) de São Paulo. Ela foi vítima da covid-19 em junho.
André Piva
Gaúcho, André morava no Rio há décadas, onde comandava seu escritório e lutava pelos direitos LGBT junto ao marido, o estilista Carlos Tufvesson. Em 2011, eles se casaram em uma cerimônia luxuosa e repleta de celebridades, algo inédito para um casal homossexual no Brasil. André morreu de câncer aos 52 anos em agosto.
Brunna Valin
Diretora do Fórum de ONG/Aids do Estado de São Paulo, Brunna era conhecida pela defesa dos direitos das pessoas trans e soropositivas e nos deixou aos 45 anos, vítima de câncer.
Bruno Ramos
Grande referência na cena eletrônica gay de Alagoas, Bruno passou um mês e meio internado sem descobrir o que mal que sofria. O DJ, que se apresentou por anos em diversos clubes do Brasil, morreu em outubro, sem diagnóstico.
Chauz Cruz e Lucas Pereira
Um vazamento de gás matou o casal formado pelo cenógrafo Chauz Cruz e o ator Lucas Pereira, quando atravessavam a quarentena em um sítio próximo a BH, em maio. Eles eram respeitados na cena teatral alternativa mineira.
Chi Chi DeVayne
Com passagem pelo reality RuPaul's Drag Race, em 2016, Chi Chi sofria de uma doença autoimune, esclerodermia, e estava internada para tratar uma pneumonia. Ela faleceu em agosto, aos 34 anos.
Cris Tower
Nome conhecido na cena gay paulistana, Cris fez seu nome comandando shows de drags e strippers em espaços como Bar Queen e Carolina's Bar. Ela nos deixou em maio, vítima de covid-19.
Eddie Prim
Arquiteto e urbanista, Eddie foi um dos fundadores, em 2017, do Sereyos, primeira equipe gay de futebol de Santa Catarina. Ele faleceu ao contrair covid-19 em outubro.
Henry Netto
Um dos precursores da dança do ventre dentre homens no País, o bailarino comandava seu estúdio de dança e fazia apresentações em diversos eventos e casas noturnas do País. Ele morreu de câncer, em julho.
Jan Morris
Ela ficou famosa por ter sido a primeira jornalista a noticiar a conquista do Monte Everest, em 1953. Pouco depois, passou a se dedicar apenas à carreira de escritora, lançou 40 livros e continuou casada com sua esposa mesmo após a transição de gênero. Jan morreu aos 94 anos em novembro.
Jane di Castro
Uma das performers transexuais pioneiras no teatros de revista no País, Jane estava nos palcos desde 1966 e teve destaque no teatro, cinema e TV, como na novela A Força do Querer (2017). A atriz faleceu aos 73 anos por câncer.
Joel Schumacher
Diretor de grandes produções de Hollywood, tais como Os Garotos Perdidos (1987), Linha Mortal (1990) e Batman Eternamente (1995), Schumacher morreu em junho, aos 80 anos, vítima de câncer.
Larry Kramer
Um dos maiores nomes na luta contra a aids no mundo, Larry fundou o grupo ACT UP, famoso por ações diretas e agressivas no combate à doença. Como escritor, sua peça mais famosa, The Normal Heart, virou filme pelas mãos de Ryan Murphy. Ele morreu de pneumonia aos 84 anos.
Little Richard
O cantor foi gay a vida toda, mas sempre lutou contra isso por causa da influência da religião. Em 2017, disse não ser mais gay. Influência para nomes como James Brown e Michael Jackson, Richard teve grandes sucessos na parada norte-americana nos anos 1950. Ele morreu aos 87 anos por câncer.
Lynn Shelton
Diretora de filmes como We Go Way Back (2004) e O Dia da Transa (2009), Lynn ganhou diversos prêmios de cinema e morreu de uma doença no sangue, aos 54 anos.
Marcelo Denny
Ganhador de mais de 30 prêmios, Denny foi um dos fundadores do Teatro da Pombagira, em São Paulo, e apresentou espetáculos de temática gay, como Anatomia do Fauno (2015). Além de diretor teatral, ele também atuava como intérprete, cenógrafo, curador e artista plástico. Faleceu aos 51 anos após sofrer um infarto.
Miss Biá
Drag queen pioneira, Miss Biá começou a se montar em 1958 quando essa palava sequer existia no Brasil. Figurnista de Hebe Camargo, ela se tornou referência para as artistas dos palcos e ainda estava na ativa, em São Paulo. Biá foi vítima da covid-19 aos 81 anos, em junho.
Monica Roberts
Fundadora do blog TransGriot, 15 anos atrás, Monica era escritora e ativista pelos direitos trans nos Estados Unidos. Ela faleceu aos 58 anos, em outubro.
Pierre Cardin
Pioneiro na moda, o estilista italiano que fez carreira na França foi o primeiro a lançar uma coleção de roupas masculinas, nos anos 1960. Ele morreu aos 98 anos, em dezembro.
Theo Barone
Conhecido por estrelar filmes pornôs gays da produtora carioca Hot Boys, Barone sofria de câncer de estômago e faleceu aos 26 anos, em outubro.
Thina Rodrigues
Presidente da Associação de Travestis e Mulheres Transexuais do Ceará (Atrac), Thina foi uma grande liderança trans em seu Estado. Ela morreu por covid-19, aos 57 anos, em junho.
Timothy Ray Brown
Considerado a primeira pessoa no mundo curada do vírus HIV, Timothy era norte-americano e ficou conhecido como o "paciente de Berlim". Ele morreu de leucemia aos 54 anos em setembro.