Das cinco músicas que concorrem ao Oscar 2016 de melhor canção original, apenas três serão apresentadas na noite do próximo domingo 28. Uma das duas cortadas foi Manta Ray, da cantora trans Anohni, e tema do documentário Racing Extinction.
Curta o Guia Gay Floripa no Facebook
Em depoimento, a artista britânica lamentou o fato do Oscar esnobar o único artista transgênero que já foi indicado ao prêmio nesta categoria. O motivo alegado foi "limitações de tempo".
No entanto, como destaca Anohni e está mais do que claro, os produtores do show deram preferência aos cantores com maior apelo comercial - Lady Gagam San Smith e The Weeknd. A quinta indicada e também cortada foi a soprano sul-coreana Sumi Jo, pelo tema de Youth.
Ao Pitchfork, Anohni escreveu que sua alegria por ter sido indicada transformou-se em decepção ao ver que não constava da lista das performances anunciada na semana passada. Ela destaca que até Dave Grohl, dos Foo Fighters, que sequer concorre à melhor música, consta da lista de apresentações.
Mais
>>> Conheça os indicados LGBT ao Oscar 2016
A canttora, então, decidiu que como não poderá cantar, sequer irá à cerimônia. "Todos me disseram que eu deveria participar, que a caminhada pelo tapete vermelho ainda 'seria boa para minha carreira", escreve. "Ontem, tentei me forçar a entrar no avião para Los Angeles para um evento com todos os indicados, mas os sentimentos de vergonha e raiva voltaram e não pude entrar no avião."
Anohni diz que a situação lhe fez lembrar das primeiras afirmações de sua inadequação como transgênero nos Estados Unidos. "Dei meia volta no aeroporto e voltei pra casa", escreve.
"Quero ser clara - eu sei que eu não fui excluída da apresentação diretamente porque sou transgênero. Não fui convidada para cantar porque eu sou relativamente desconhecida nos Estados Unidos, cantando uma canção sobre ecocídio, e que pode não vender espaço publicitário."
Anohni é o nome pelo qual atende a cantora, que ficou famosa como Antony Hegarty, ao lado do grupo Antony and the Johnsons. Com a banda, ela gravou quatro discos e o primeiro com sua identidade feminina, chamado Hopelessness, será lançado este ano.
