Atleta de polo aquático que competirá na Rio 2016 se assume gay

Víctor Gutiérrez disse ser importante que esportistas falem da homossexualidade para diminuir a violência homofóbica

Publicado em 25/05/2016
Victor Gutierrez, do polo aquático da Espanha, se assume gay
'Quase não há atletas que dizem que são gays', lamentou o atleta

Víctor Gutiérrez, que integrará a equipe espanhola de polo aquático nos Jogos Oímpicos do Rio de Janeiro este ano, assumiu-se gay.

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O atleta, de 25 anos, contou que já pensava em sair do armário há algum tempo, mas não tinha a maturidade necessária esportiva nem pessoal para tal atitude.

"Agora sim. Estou fora do armário em meu ambiente. Minha família sabe que sou gay, meus amigos também", disse á revista espanhola Shangay. "E estou vivendo de uma forma tão positiva a minha sexualidade que senti a responsabilidade de compartilhar com todos."

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"Eu nunca conheci ninguém que tenha me julgado como um atleta pela minha condição, sempre foi baseado em meu desempenho. E quero compartilhar isso." E Gutiérrez sabe da importância da visibilidade de gays quanto à violência. "Houve mais de 70 ataques homofóbicos em Madri até agora este ano, é uma realidade que vivemos. E quase não há atletas que dizem que são gays. Mas na minha experiências, as pessoas mudaram, como um atleta, tudo o que vivi é absolutamente positivo."

Victor Gutierrez se assume gay
Víctor contou à mãe aos 19 anos e disse que se surpreendeu quando conheceu o bairro gay de Chueca

O atleta conta que só conheceu jogadores amadores de polo gays, nunca um profissional. "As coisas seriam mais fáceis se grandes figuras desse esporte dessem um passo adiante, sobretudo em esportes mais midiáticos, futebol ou basquete. Porque eles poderiam influenciar a opinião de milhares de pessoas e mudar as coisas de maneira mais rápida. Mas seguem sendo muito poucos os esportistas que mostram sua homossexualidade", disse.

Gutiérrez, que contou sobre sua orientação à mãe aos 19 anos, revelou que o ponto de virada de sua vida foi quando ingressou em uma faculdade de Jornalismo em Madri. Ele conheceu Chueca (o bairro gay da capital espanhola) e quebrou seus preconceitos. "Eu tinha ideia de que tudo seria perversão, sexo e drogas, nada mais distante da realidade do que isso."


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