A homofobia crescente e descarada que parte dos governantes da Indonésia pode fazer o país perder o lucrativo turismo LGBT.
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Em artigo, o Asean Travel destaca que o país é um dos cinco destinos favoritos da comunidade arco-íris na Ásia, sobretudo por conta da paradisíaca ilha de Bali. Estima-se que entre 150 mil e 300 turistas LGBT visitem a nação por ano. Um número nada desprezível para sua economia jogar fora.
Desde o início de 2016, a comunidade tem sido alvo de políticos das mais variadas esferas. Do prefeito da cidade de Bandung a ministros e membros do Parlamento, todos cospem sua homofobia sem nenhum constrangimento. E mais: querem fazer leis que restrinjam ainda mais os direitos de LGBT.
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Há alguns meses, o ministro da Defesa, Ryamizard Ryacudu, disse que o movimento pelos direitos arco-íris é mais perigoso que uma guerra nuclear. Vários legisladores têm apresentado projetos para proibir entidades LGBT, implementar programas de reeducação para contrariar quaisquer tendências à homossexualidade - ou seja, instituir a "cura gay" -, transformar a homossexualidade em crime e até em pena de morte.
No último dia 3, o Jakarta Post publicou que um grupo de academicos e ativistas enviou uma petição ao Tribunal Constitucional com o pedido para anular uma série de artigos no Código Penal indonésio e tornar ilegal para os homossexuais se envolver em atividades sexuais. Eles alegam que a homossexualidade é "contagiosa" e "pode desencadear um pico de infecções por HIV".
Um relatório da Human Rights Watch, famosa entidade LGBT norte-americana, apontou, este mês, que a perspectiva para a comunidade arco-íris no país é péssima. "O que começou como uma condenação pública cresceu rapidamente em chamadas para criminalização e 'curas", escreveu. Questionado sobre o documento, o governo disse, por meio de seu porta-voz, que os direitos dos homossexuais de terem documentos e irem à escola estão garantidos, mas que não há espaço para o movimento LGBT no país.
Além de Bali, regiões como Seminyak, Kuta e Ubud tornaram-se destinos gay friendly nos últimos anos. De maioria hindu, essas áreas têm histórico de tolerância à comunidade LGBT, mas as coisas têm mudado, segundo a reportagem, pela noção de "pecado" recentemente introduzida por cristãos e muçulmanos.